Falta de saneamento básico adoece milhares em cidades esquecidas pelo desenvolvimento

A ausência de saneamento básico em cidades com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) considerado crítico pode elevar em até 20 vezes o número de internações por doenças infecciosas e parasitárias, de acordo com dados do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). A análise destaca que a infraestrutura básica precária está diretamente ligada ao avanço de enfermidades como diarreia, verminoses, infecções de pele e até doenças respiratórias, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

LEIA TAMBÉM: Apple celebra o Mês do Orgulho com nova coleção em apoio à comunidade LGBTQIAPN+

Segundo o levantamento, mais de um quarto da população brasileira (26,7%) vive em cidades com condições precárias de desenvolvimento. Apesar de o Brasil estar em desenvolvimento, esse é feito de forma desigual. Regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos ainda vivem em condições de insalubridade no saneamento básico e outras necessidades, sendo esse um grande problema de saúde pública.

O impacto é mais severo entre crianças de até 5 anos e idosos, que além do sofrimento físico do paciente, traz uma sobrecarga ao sistema público de saúde, comprometendo o desenvolvimento de comunidades inteiras.

“A universalização do saneamento pode trazer 1,4 trilhões de reais em ganhos para o país. São ganhos que vêm desde a redução de custos com saúde, ganho de produtividade, de valorização imobiliária, com turismo e também a geração de emprego”, pontua a CEO do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, em entrevista à CNN Brasil.

O saneamento é uma das principais ferramentas para a promoção da saúde e da dignidade humana. Sem ele, comunidades inteiras seguem presas em ciclos de pobreza e à vulnerabilidade. O Marco Legal do Saneamento estabelece a meta de universalizar o acesso à água potável e coleta de esgoto até 2033. No entanto, diante da desigualdade regional e da ausência de investimentos estruturais, o país corre o risco de não cumprir o cronograma. A ampliação da cobertura sanitária é mais do que uma necessidade técnica: é uma questão de justiça social.

Autor

Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *