O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), confirmou neste sábado (26) que pretende disputar o governo de São Paulo nas eleições e 2026. A decisão oficial, no entanto, ainda depende de um aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo França, há um entendimento político em construção, e ele aguarda a melhor oportunidade para lançar sua pré-candidatura, em consonância com os aliados do governo federal.
Durante o congresso do PSB em São Paulo, Márcio França afirmou estar preparado para a missão e demonstrou entusiasmo com a possibilidade de representar novamente o campo progressista no maior estado do país. “Estou esperando apenas o presidente Lula dar o sinal verde. Estou pronto e confiante para enfrentar esse desafio”, declarou o ministro.
Trajetória política
Márcio França tem uma longa trajetória na politica paulista. Natural de São Vicente, no litoral de São aulo, ele iniciou sua carreira como vereador e, posteriormente, foi eleito prefeito de sua cidade natal por duas vezes, consolidando uma base sólida na Baixada Santista.
Em 2006, foi eleito deputado federal, cargo que ocupou até 2011, quando foi convidado a integrar o governo de São Paulo como secretário de Turismo. Sua aproximação com Geraldo Alckmin (PSDB) foi fundamental para a construção de sua carreira no estado. Em 2014, foi eleito vice-governador na chapa de Alckmin, pelo PSB, partido que preside no estado de São Paulo.
Em 2018, com a renúncia de Alckmin para concorrer à Presidência da República, França assumiu o governo paulista. Durante se curto mandato, buscou dar visibilidade a seu governo através de políticas públicas em áreas como segurança e educação, e também promoveu iniciativas de incentivos econômico.
Disputou a reeleição naquele mesmo ano, mas acabou derrotado por João Doria (PSDB) em votação apertada. eleição consolidou sua imagem como um político de centro-esquerda como trânsito entre diferentes forças e políticas.
Em 2020, França concorreu à Prefeitura de São Paulo, mas não avançou ao segundo turno. Em 2022, abriu mão de sua candidatura ao governo de São Paulo para concorrer ao Senado na chapa de Fernando Haddad (PT). Apesar de ser o favorito para ganhar as eleições, França perdeu para Marcos Pontos (PL).
Com a derrota no Senado, Márcio França compôs sua presença entre um dos escolhidos do Presidente Lula para assumir o Ministério de Portos e Aeroportos.
Novo cenário para 2026
Agora, de olho na eleição de 2026, Márcio França em um cenário diferente daquele que enfrentou em suas últimas campanhas. A avaliação nos bastidores é que a base progressista, impulsionada pela força do governo federa e pelas movimentações políticas locais, pode formar uma frente mais ampla para enfrentar o atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que buscará a reeleição.
França acredita que seu perfil moderado e sua experiência no executivo podem ser diferenciais importantes. Além disso, sua proximidade com Lula e com lideranças de partidos aliados deve ser um trunfo na montagem de um palanque forte no estado.
A pré-candidatura também reflete a estratégia do governo federal de fortalecer candidaturas competitivas nos principais colégios eleitorais do país. São Paulo, sendo o maior colégio eleitoral, é considerado fundamental para o sucesso do projeto nacional de reeleição de Lula ou de eventual sucessor apoiado pelo presidente.
