Preso há 50 dias, o rapper Oruam compôs seu novo álbum dentro da cadeia em um pequeno caderno sem linhas que ganhou de um dos advogados, as músicas abordam temas de encarceramento e perseguição policial na prisão.
Segundo os advogados, o processo contra o rapper tem diversas inconsistências, como perícias inconclusivas em relação a uma suposta arma de fogo atribuída pela polícia ao cantor, abertura do inquérito fora da jurisdição e acusação sem nenhuma comprovação de tráfico de drogas
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“E se ele compuser um rap dizendo que o delegado de polícia, que vai buscar às 11 horas da noite, dá um tapaço na cara do garoto, depois o subjuga. Vão chamar isso de proibidão. Quando, na verdade, proibido, devia ser o delegado dar um tapaço na cara de quem está prendendo” afirma Nilo Batista, um dos advogados de Oruam.
Segundo as informações enviadas ao jornal Folha de S. Paulo pela defesa, um dos vídeos mostra o delegado Moysés Santana Gomes, agredindo um dos jovens que estavam presentes na noite da diligência que levou à prisão de Oruam.
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Procurada, a Polícia Civil afirmou que age dentro da legalidade.
Oruam foi preso no dia 22 de julho e indiciado por seis crimes depois de, segundo a Polícia Civil, impedir a apreensão de um menor procurado por roubo.
O artista foi indiciado por tráfico, associação ao tráfico, lesão corporal, resistência qualificada, dano ao patrimônio público e desacato por conta do episódio, que aconteceu na casa onde o artista mora, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.