Capricorn Clark, ex-assessora pessoal de Sean “Diddy” Combs, prestou um depoimento impactante nesta semana, acusando o rapper e magnata da música de sequestro sob ameaça de arma de fogo, ameaças de morte e envolvimento em uma conspiração criminosa que incluiria até tentativa de assassinato contra o cantor Kid Cudi (nome verdadeiro: Scott Mescudi).
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O depoimento ocorreu em meio ao julgamento federal que Combs enfrenta por acusações que vão de tráfico sexual e extorsão a associação criminosa. As declarações de Clark agora compõem uma peça-chave na tentativa da Promotoria de provar que Combs comandava uma rede de poder sustentada por violência, subornos, sequestros e até incêndios criminosos.
Segundo Clark, o episódio mais chocante aconteceu em dezembro de 2011, após Combs descobrir que sua então namorada, a cantora Cassie Ventura, estaria se envolvendo com Kid Cudi. Clark relatou:
“Diddy apareceu com uma arma. Disse: ‘Vista-se, vamos matá-lo.‘”
Obrigada a acompanhá-lo, Clark seguiu até a casa de Cudi, onde Combs supostamente tentou invadir a residência do artista, mas não o encontrou. A testemunha contou que, ao voltarem, o rapper ameaçou os presentes:
“Se vocês não convencerem o Cudi de que isso não teve nada a ver comigo, vou matar todo mundo.”
Esse relato corrobora os testemunhos anteriores de Ventura e Mescudi. Em depoimentos anteriores, Kid Cudi afirmou que teve seu carro incendiado em janeiro de 2012, fato que Cassie alegou ter sido uma ameaça feita por Combs. O suposto ataque, segundo os promotores, fazia parte de um padrão de retaliação e intimidação do artista contra desafetos ou pessoas próximas a suas ex-namoradas.
Ainda segundo Clark, após a tentativa contra Cudi, ela também foi vítima de abusos psicológicos e físicos enquanto trabalhava para Combs. A testemunha disse ter sido submetida a testes de polígrafo repetidos por dias, sob a justificativa de suspeita de envolvimento no roubo de joias de diamante. Clark declarou ter sofrido alopecia induzida por estresse extremo e relatou ainda ter sido mantida contra sua vontade em um prédio abandonado.
Durante o depoimento, Clark chorou diversas vezes. Em um dos trechos mais emocionantes, afirmou ter visto Combs agredir fisicamente Cassie Ventura durante o período em que ela se relacionava com Kid Cudi:
“A cada chute, ela se encolhia cada vez mais na posição fetal”, disse Clark, com a voz embargada.
Clark também revelou que Combs teria pedido sua ajuda para escapar de uma investigação policial sobre o episódio com Cudi. Em sua avaliação, o comportamento de Combs era sistemático e calculado, sempre com o objetivo de proteger sua imagem e exercer controle por meio do medo.
Até o momento, Clark é a funcionária de mais alto escalão a prestar depoimento contra o artista. Seu testemunho adiciona peso às acusações de que Combs não apenas cometia abusos individualmente, mas agia como o líder de um esquema organizado de violência, tráfico sexual e coerção, mantendo silêncio e obediência com recompensas e punições.
Em sua defesa, Combs nega todas as acusações, alegando que qualquer relação foi consensual. Seus advogados tentam descredibilizar Clark, alegando que ela procurou reemprego com Combs em 2024, anos após ter sido demitida. No entanto, os promotores apontam que esse comportamento pode ser típico de vítimas que sofrem dependência psicológica dos agressores.
O julgamento, que ainda está em andamento, deve contar com depoimentos de outras figuras-chave, incluindo a própria Cassie Ventura. Se condenado, Combs poderá enfrentar de 15 anos à prisão perpétua, especialmente se forem confirmadas as acusações mais graves de tráfico sexual e associação criminosa.
A repercussão do caso tem sido profunda na indústria do entretenimento. Diversos contratos com Combs foram suspensos, e eventos envolvendo sua marca pessoal foram cancelados. O caso também reacendeu debates sobre como figuras de poder se utilizam de seu prestígio para acobertar abusos.
Como declarou um representante da Promotoria:
“Este julgamento é mais do que sobre Diddy. É sobre quebrar ciclos de abuso, proteger vítimas e enviar uma mensagem de que ninguém está acima da lei.”
