Entrevista Inédita: Wilson Aragão, o compositor de Capim Guiné

“Comprei um sítio e plantei jabuticaba,

Dois pés de guabiraba, caju, manga e cajá”

Me impressiono ao recordar a humildade na fala deste baiano do sertão de Piritiba. Uma pessoa que enquanto conversávamos tomava uma cerveja em seu apartamento em frente à orla do mar de Salvador. Me atendeu com muita atenção, com seu sotaque típico de sua terra, e a partir dele consegui outros contatos para minhas próximas entrevistas, como o de Eládio, guitarrista da épica banda “Raulzito e os Panteras”. Também a ele enviei meus livros literários publicados, visto que é um ávido leitor, sempre envolvido com música de literatura. Por coincidência, me disse que tinha um conto sobre a lenda de Urutau, a qual possuo um livro que mistura esta lenda com a vida nada fácil de um menino que vive no lixão.

Certo sábado de manhã, conversamos por longos minutos, enquanto ele tomava uma cerveja ao som das ondas do mar em seu apartamento em Salvador. Me convidou para me hospedar lá. Morava próximo ao apartamento de Carleba, antigo baterista de Raulzito e os Panteras, mas que de todos, era o que menos tinha contato. Havia virado policial e ainda por cima Bolsonarista. Disse que tinha vontade de voltar a morar em Piritiba, mas não ia por causa de sua companheira. Comentou que vinha fazendo diversos shows pelo interior da Bahia e de sua amizade com Zé Geraldo. Realmente, uma cara muito simples e com uma prosa muito agradável!

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Entrevista ida ao ar dia 05 de agosto de 2023:

Wilson Aragão, Kika Seixas e Raul Seixas. Foto: Acervo/Site oficial Wilson Aragão

Ricardo Lacava – Nosso entrevistado do dia, nascido em Piritiba, diretamente de Salvador, Bahia, trago a vocês um grande nome da música brasileira, o qual conviveu com Raul na década de oitenta e compôs um dos grandes clássicos gravados por Raulzito no álbum Raul Seixas, de 1983, a música Capim Guiné: Wilson Aragão.

Wilson, agradeço imensamente sua disponibilidade em participar do programa e dizer que é um grande prazer trocar essa ideia aqui com você. E para começar as perguntas, eu queria fazer uma em relação a sua carreira musical, que começou em 1982, você que possui quatro CDs gravados, compôs e gravou com diversos músicos famosos, como Zé Ramalho, Zé Geraldo, Raul Seixas, e queria que você contasse um pouco, então, nestes mais de quarenta anos de trajetória na música, de onde você veio, as suas influências, diga um pouco pra gente. Diga lá, Wilson!

Wilson Aragão – Bem, Ricardo, bom dia. Obrigado a você pela oportunidade de participar. É sempre bom estar falando com essa turma aí de São Paulo, a terra que me acolheu durante quase dez anos, no interior, na capital. Estudei em Sorocaba, morei em Alumínio muito tempo, depois na capital, estudei na FMU também, Faculdade Metropolitana Unidas, que hoje é universidade…

É o seguinte, a minha família sempre foi evangélica… sempre foi evangélica daquelas igrejas tradicionais, igreja presbiteriana, e desde criança eu cantava no coral infantil da igreja, depois no coral de adolescente, depois no coral de adulto, e tinha um serviço de som na cidade, da prefeitura, e eu substituía meu primo, que era o locutor oficial, meu primo Dário. Toda vez que Dário viajava, ia estudar, ou alguma coisa assim, eu ficava no lugar dele. E eu achava curioso, quando eu ia colocando os discos, de setenta e oito rotações, mais tarde LP, eu ficava vendo o nome pequenininho escrito no disco, e procurei saber com o meu primo que nome era aquele. Por exemplo, no disco do Luiz Gonzaga tinha o nome pequenininho, José Dantas, Humberto Teixeira… Ele falou, “ah, esse aí é o compositor, é a pessoa que faz a música, quem compõe a música”. Ah, eu quero ser um desses, um dia eu quero ser um desses.

Aí eu comecei a compor e guardar minhas composições, e não tinha coragem de mostrar para as pessoas, tinha vergonha. Até que, mais tarde, fui para São Paulo, e lá continuei cantando em coral de igreja.

Lá em Piritiba a gente também fundou um grupo musical para interpretar músicas da Jovem Guarda, que estava em evidência na época. Eu, meu primo Dário, mais outros dois amigos lá, fundamos um grupo musical, e era um sucesso nos colégios das cidades da região.

Mas minhas músicas só vim mostrar depois de casado. Tive coragem de mostrar para alguns amigos nos barezinhos aqui em Salvador, no condomínio onde eu morava. E umas duas músicas que eu cantei foram muito aplaudidas. Já era eu ensaiando as primeiras notas de Capim Guiné… não estava ainda totalmente pronto, mas cantei Capim Guiné, Seu Prefeito, e meus amigos aplaudiram. A partir daí eu comecei a criar coragem, compor mais e mostrar mais músicas.

Kika, Raul, Beto e Wilson Aragão. Foto: Acervo/Site oficial Wilson Aragão

Ricardo Lacava – Wilson, dentre tantas composições que você já fez, muitas delas gravadas por artistas famosos, tem uma delas em especial que a gente gostaria de estar comentando hoje no programa, que foi gravada e incluída no álbum Raul Seixas, de 1983, que é a música Capim Guiné. Queria que você falasse um pouco sobre a composição, a história, como é que foi a ideia de compor esta música, visto que você é de Piritiba, e você inicia com “Eu tenho um sítio no sertão de Piritiba”, ou seja, tem todo um lado biográfico esta música. Queria que você comentasse como é que foi a ideia de Raulzito estar gravando, incluindo em seu álbum, este primeiro contato com Raul Seixas, essa convivência. Conta um pouco pra gente!

Wilson Aragão – Ricardo, realmente eu tenho muitas composições. Eu tenho muitas músicas perdidas, inclusive em fitas cassetes. Eu não sei quantas músicas eu tenho perdidas aqui nos gravadores de casa. Aqui em casa deve ter uns quatro gravadores, ou cinco, e eu me perco muito neles aí. Eu sou muito acumulador de coisas. Mas eu acredito que eu deva ter umas oitocentas e tantas músicas, talvez até mil e tantas músicas, algumas pela metade, outras concluídas.

Mas foi o seguinte, quando eu vim de São Paulo… uma grande empresa foi buscar profissionais especializados em São Paulo e eu morava lá. E vim pra essa empresa. Depois, passei quase um ano nesta empresa, não deu certo, então fui para outra que me ofereceu possibilidades melhores de trabalho, e nesta empresa, que era chamada Bahema, concessionária da Caterpillar, empresa de tratores, tínhamos um intervalo, parece que de uma hora e meia, ou duas horas de almoço… acho que uma hora e meia, coisa assim… e tinha um torneio de sinuca… numa destas tacadas, eu ganhando uma partida de sinuca, dei uma tacada parece que de vinte e tantos pontos e fiz “panã panã panã, parã parã parã”, e disse, opa, isso dá uma música. Peguei um pedaço de papel ali com alguém e rabisquei. No escritório continuei escrevendo e compondo Capim Guiné. Cheguei em casa, peguei o violão e terminei. Aí virei para minha companheira Miriane e disse, olha, eu tô fazendo uma música que eu acho que vai tocar, se não igual, pelo menos parecido com Luiz Gonzada. Vai ser mais ou menos o sucesso que é Asa Branca, porque tenho certeza que essa música está bem feita.

E aí o que que acontece? Fui para Piritiba passar uns dias, e lá estava acontecendo… acho que eu tava de férias… nos anos oitenta isto… estava acontecendo os ensaios para um festival de música. O segundo festival de música regional. Pediram que eu colaborasse com alguma coisa, que eu escrevesse uma música minha… escrevi Capim Guiné… Ganhou em primeiro lugar. Mas a letra original era “Comprei um sítio e plantei jabuticaba, dois pés de guabiraba, caju, manga e cajá…”. E os estudantes começaram a cantar, meus colegas de Piritiba começaram a cantar a música nas praças, nos jardins, outros saíram cantando nas cidades da região.

Aí mais tarde, Raul Seixas vai passear em Piritiba e toma conhecimento dessa música. Ele já tinha ouvido. Ele perguntou de quem é essa música? É de um cara daqui de Piritiba que mora em Salvador, Wilson Aragão. E aí ele foi convidado através de Beto, um rapaz de Piritiba que era vizinho dele em Salvador. O que aconteceu? Eles entram em contato comigo, a gente conversa por telefone… Raul já tinha voltado pra São Paulo. Ele gostou da música e me pediu pra gravar… agora, pediu pra modificar algumas coisas, que era: “comprei um sítio, plantei jabuticaba, dois pés de guabiraba, caju, mangue e cajá”. Ele fez assim, “eu quero botar o nome de tua terra. Vai ficar famosa, gostei demais de lá!”. Aí ele disse, quero fazer assim “Plantei um sítio no sertão de Piritiba, dois pés…”. Eu disse, dois pés de que Raul? Ele falou, já achei uma planta, você deixa? Eu digo, deixo. Misturou minha guabiraba com as pindaíbas que ele bebia e saiu “dois pés de guataíba”.

Os engenheiros agrônomos aqui da Universidade Cruz das Almas disseram que no dia que encontrar uma planta sem nome, vai chamar de guataíba em minha homenagem. Foi assim.

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Ricardo Lacava – Wilson, me conta um pouco sobre sua opinião pessoal, o que você achava de Raul como pessoa, como um músico. Essa impressão que você teve durante a sua convivência com ele.

Wilson Aragão – Bem, Ricardo, Raul Seixas Sempre foi um menino diferente de tudo. Diferente com certeza absoluta. Quem conheceu Raul, todo mundo fala a mesma coisa. Ele era diferente de todo mundo, era um menino sempre atirado, ousado, ele sempre queria inovar, criar, ser diferente de todo mundo. Dava muito trabalho os pais. Era discriminado pela família. Era um roqueiro, assim, irreverente. E sempre estudando muito.

Ele morava ao lado do consulado americano, aqui em Salvador, e ele ganhava aqueles discos que vinham dos Estados Unidos. O pessoal presenteava Raul, e ele ficava aprendendo as músicas daqueles cantores, os primeiros cantores de rock do mundo. Ele aprendia as músicas, estudava violão… e resultado, formou uma banda que era Raulzito e seus Panteras.

Raul tentou fazer dois grupos antes. Mas a que mais chamou atenção foi Raulzito e os Panteras. Que era ele – Raulzito -, Tido Gama no teclado, na guitarra Eládio, no contrabaixo Mariano, e na bateria Carleba. E esse grupo ficou famoso aqui em Salvador. Os artistas da Jovem Guarda começando a carreira achavam que era caro trazer pra cá uma banda do Rio de Janeiro, de São Paulo, então todo mundo falava assim, “Pode ir pra lá”, Jerry Adriani principalmente, falava assim, “pode ir pra lá e procura a banda Raulzito e os Panteras que eles acompanham você. O custo fica mais barato. Eles são ótimos. Sabem tudo sobre Jovem Guarda”. E foi assim que aconteceu. O Raulzito acompanhando Jerry Adriani, Wanderleia, Roberto Carlos e muitos outros artistas.

Então, Raul era uma pessoa muito legal. Eu gostava de duas coisas nele. Ele respeitava muito os idosos. Ele não podia ver um velhinho assim…  Eu me lembro que uma vez a gente viajou pro sul da Bahia e um velho pediu esmola e ele deu como se fosse hoje uma nota de cem reais. Eu disse “Raul, segura um pouco a onda que a gente tá com pouco dinheiro pra passar esse final de semana”, e ele disse “não velho, mas o velhinho precisa mais do que eu”. Ele gostava muito de idosos e de crianças. Então minha convivência com Raul foi assim… Quando ele veio lançar Capim Guiné o que aconteceu? A gente se conheceu aqui em Salvador, passamos um dia juntos aqui no hotel, eu, ele, Beto, a esposa dele da época, Kika, e os músicos da banda na beira da piscina. A gente bebendo todas. A noite ele foi lançar o disco no Esporte Clube Piripiri. Aquela multidão… foi muita gente. Ficou muita gente de fora que o clube não comportou. Ele retomando a carreira dele em oitenta e três… O que é que aconteceu? No meio do show a multidão começa a pedir Capim Guiné, Capim Guiné, Capim Guiné, Piritiba, Piritiba… Eu tinha convidado mais de vinte pessoas pra ir pra assistir esse show. Ele fez “oh, não ensaiei, não!”. Ah rapaz, aí foi aquela coisa assim, uma tristeza, entendeu?

Então a gente fez uma boa amizade. Ele pediu que eu fosse visitá-lo lá em São Paulo. Estive com ele na rua Pombeva, lá no Butantan. Várias vezes na casa dele aqui em Salvador, ele veio me visitar umas duas, três vezes quando eu morava no Engenho Velho de Brotas. E aí pegamos uma grande amizade.

Viajamos pro sul da Bahia a passeio, né? Ibirataia, Barra do Rocha, aquela região de Piau, ali, Sul da Bahia, terra de cacau. Eu era muito amigo de Antônio Leal, um grande fazendeiro de cacau, um dos maiores fazendeiros de cacau da Bahia, e Raul passou uns dias com a gente lá na casa de Antônio Leal, em uma das fazendas de Antônio Leal.

Era uma convivência muito legal, brincalhão, irônico, desconfiado. Raul não gostava de conversar com dez, quinze, vinte pessoas ao mesmo tempo fazendo um monte de perguntas, não! Sendo duas, três a gente conversava normalmente ali, brincava dava gargalhadas, mas ele não gostava era de uma multidão ao redor dele. Ficava meio apavorado, mas era uma pessoa muito legal, muito inteligente, inteligentíssima. Curioso pra caramba. Olhava tudo por cima dos óculos. Sempre desconfiado, gente boa!

Ricardo Lacava – Wilson, eu queria que você contasse aí o que você atualmente anda fazendo, se você ainda tem planos de futuras gravações, futuros shows, e também deixar o seu contato aqui pra quem quiser contactá-lo para shows, entrevistas, enfim. Deixa aí todas essas informações. Diga lá!

Wilson Aragão – Bem, Ricardo, antes de mais nada, obrigado mais uma vez a você pela entrevista. Com relação as gravações, tenho gravado muito. Eu estou com setenta e três anos de idade e estou me sentindo assim, em uma das melhores fases de composição da minha vida. Minha cabeça tá ótima, tá a mil, aberta mais ainda, cada vez mais. E meu filho, o Rui, ele selecionou algumas pessoas no Brasil que têm interesse em me conhecer mais de perto e que compõem também. Fizemos umas seis ou oito parcerias muito boas com pessoas de Brasília, de São Paulo, do Paraná, de Goiás, lá em Goiânia…

Então tem muito trabalho bonito… os meus contatos… shows eu tô fazendo como eu nunca fiz na vida. Tô na melhor fase, assim, de shows, uma média de dois, três shows por mês… viajando… Porque eu viajei muito, assim, né, pelo Brasil, lá em Mato Grosso, São Paulo, Minas, Piauí… como se chama… Paraíba, Pernambuco e muita, muito… Brasília. E agora eu tenho viajado muito principalmente pelo interior da Bahia e fazendo apresentações. Essa semana cheguei de Botirama, lá no oeste da Bahia, já tô viajando pra Canudos, onde aconteceu aquela guerra de Canudos, participar da Feira Literária, depois vou pra Santo Estevão, depois vou estar em Goiânia.

Eu faço trabalho às vezes com banda, às vezes trabalho só eu e mais uns dois músicos, viajando muito. Viajei pela Europa, né? França, Itália. Eu tenho o sonho de fazer um show em Sorocaba, onde eu estudei aí, com a nossa reitora, Sônia Chébel, que era minha professora de psicologia… era o reitor na época, Padre Aldo Vanucchi. Eu sei que tem uma turma maravilhosa lá em Sorocaba, ex-colegas lá. Rever a turma de Alumínio, onde eu morei durante quatro anos e poucos. Meus contatos pra apresentação musical é 71, né, que é o DDD de Salvador, 988-16-1208 e 9984-7747. Pode falar comigo ou com o Rui, meu filho, né? É isso aí!

Kika Seixas, Raul Seixas e Wilson Aragão. Foto: Acervo/Site oficial Wilson Aragão

Ricardo Lacava – E pra finalizar, queria que você deixasse uma mensagem especial aí, tanto para os fãs de Raul Seixas, quanto para os fãs de Capim Guiné e de Wilson Aragão.

Wilson Aragão – Ricardo, a mensagem que eu gostaria de deixar, para as pessoas que admiram esse trabalho nosso, são algumas coisas delicadas. Primeiro, sempre que puder, desligue esses rádios que estão aí pelo Brasil, que isso é porcaria pura. As pessoas estão sendo vítimas de uma grande sacanagem, que é tocando essas porcarias. Aqui na Bahia mesmo é uma delas, das pioneiras em tocar porcaria.

Noventa por cento das emissoras de rádio do Brasil hoje tocam porcaria. Então temos algumas que tocam coisas boas. Então a gente tem que desligar mais o rádio e se ligar mais nessas informações pela internet, que escutem coisas de boa qualidade, que selecionem, e não aceitar aquilo que é imposto lá de cima, daquelas rádios comerciais, que aquilo ali é uma malandragem. Eu cito alguns exemplos de algumas coisas que eu vi de perto.

O cara pega aqui, separa oitenta mil reais, dá para uma emissora de rádio daquelas que está lá em primeiro lugar, “toma aqui oitenta mil, toca essa música aqui trinta, quarenta vezes por dia”. Aí o cara toca, logo o gerente da rádio aceita aquela grana, chama “Jabá”, toca aquela música trinta, quarenta vezes por dia, durante uma semana… com uma semana a música já está na boca do povo todo, daquele Zé Povinho… televisão também a mesma coisa, então com uma semana aquela música já é sucesso para aquele Zé Povinho. No primeiro show o cara já ganha cento e cinquenta mil, já tirou os oitenta que gastou, já lucrou setenta. Então isso é o que mais está acontecendo, gente sem competência nenhuma, é só falar qualquer frase de besteira aí, e estar nas paradas, e as vítimas são vocês, são aquelas pessoas que ficam escutando essas porcarias. Então a minha primeira sugestão é que desligue os rádios e escute coisas boas.

E outra mensagem que eu deixo também é ler, não fiquem pensando que todo mundo que é Patativa do Assaré, que era uma pessoa que não tinha nem o primário, só sabia pronunciar as coisas… mas Patativa do Assaré não escrevia nem lia, e foi um dos maiores compositores do Nordeste… mas acontece que é o seguinte, isso aí é uma coisa raríssima, uma coisa rara… chega a ser até um pouco folclórico, é o cara que fez Vaca Estrela e Boi Fubá, Triste Partida, e outras composições bonitas, né? Mas isso é coisa rara… leiam muito, não tenham medo de ler não, Cecília Meirelles, Manoel Bandeira, leiam os livros de Euclides da Cunha, de José de Alencar, de Machado de Assis, sei lá… Grande Sertão Veredas, essa turma toda de Minas Gerais, leiam muito que isso aí enriquece, e isso só faz elevar o espírito, e deixo um grande abraço pra todo mundo, pra todos os fãs de Capim Guiné, de Raul Seixas, e a gente vai se encontrando por aí nesses palcos da vida, um grande abraço a todos, muito obrigado.

Ricardo Lacava – Então esta foi a mensagem de Wilson Aragão para a rapaziada. Wilson, mais uma vez agradeço imensamente a sua presença no programa. Assista abaixo Wilson Aragão tocando Capim Guiné!

https://youtu.be/A5ZXTxQRyPo

Autor

  • Ricardo Lacava

    Ricardo Lacava é veterinário graduado pela UNESP, mestrado pela UFSC e Doutorado pela UNESP/Harper Adams University (Sanduíche/Reino Unido). Graduação em letras pela UFSCAR em andamento. Servidor público federal do Ministério da Agricultura desde 2008. Menção honrosa no Prêmio Literário Cidade de Manaus 2024. Autor do romance “Infecundo Solo”, segundo lugar no Prêmio José de Alencar do Concurso Internacional de Literatura União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, 2017. Vencedor do Prêmio Literário Uirapuru 2019 com o livro “Astúncio, o estúpido esclarecido” e do XIV Prêmio Literário Livraria Asabeça 2015 com a obra “O Canto do Urutau (A Lenda do Mãe-da-lua)”. http://lattes.cnpq.br/3957903174743776

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