O novo filme do diretor Ari Aster, intitulado Eddington, foi apresentado ao público durante o Festival de Cannes e causou comoção ao retratar uma pequena cidade interiorana nos Estados Unidos durante a pandemia da covid-19. A obra explora as reações conservadoras e progressistas em 2020, abordando uma caricatura dos dois lados do debate. A história dividiu a opinião dos críticos que assistiram ao longa no evento.
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O diretor disse em entrevista ao The New York Times que já esperava esse tipo de reação ao filme e que ele foi conscientemente pensado dessa forma: “Eu sabia o que estava fazendo e sabíamos que dividiria opiniões”.
De acordo com a entrevista, muitos dos críticos do longa tiveram problemas com o retrato cômico dos personagens progressistas, que foram alvos maiores de um retrato caricato que os conspiracionistas conservadores. “Não vejo que bem chover no molhado [criticar os conspiracionistas] iria trazer”, justificou o Aster. “Estou mais interessado em outra coisa, no plano geral.”
O diretor afirmou ainda que sua ideia com Eddington é evidenciar aquilo que o assusta no mundo. “Estou muito preocupado e com muito medo. Sinto que é urgente falarmos sobre [a sensação de impotência]. Sei que já disse isso antes, mas acho que temos que nos reconectar uns aos outros. De outra forma, não existe ação coletiva”, concluiu o cineasta.
Eddington se passa em uma pequena cidade norte-americana, governada por um prefeito progressista (Pedro Pascal), que entra em rota de colisão com o xerife local (Joaquin Phoenix) por causa de suas políticas durante a pandemia. Afetados por desinformação, teorias da conspiração e extremismos, a população da cidade mergulha no caos.
Da produtora A24, Eddington estreia em 18 de julho nos EUA. O filme ainda não tem data para estrear no Brasil.