O presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Romeu Tuma Jr., convocou uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, (07), afim de explicar mais sobre o atual momento do clube, tendo em vista que muitos problemas vêm sendo expostos nas mídias. Entre elas, a mais recente o pedido de afastamento imediato de Augusto Melo pela Comissão de Justiça. Todos os veículos de comunicação tiveram direito de perguntar, ao todo o evento durou 2h40.
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Anteriormente o presidente Augusto apresentou a prestação de contas do ano de 2024, reprovada posteriormente por conta de um crescimento de mais de R$ 800 milhões nas dívidas do cofre do clube. Essa prestação acabou levando à tona a decisão de reabir o pedido de impeachment do atual presidente.
Tuma fez um pronunciamento forte, criticando falas desrespeitosas, exigindo que exista o cumprimento do regimento interno, destacando então os avanços institucionais promovidos desde que assumiu o cargo de presidente do Conselho.

Durante a apresentação de contas, segundo Tuma Jr., houve a tentativa de tumultuar os trabalhos com interrupções constantes aos conselheiros que tentavam falar:
“Foi autorizado o uso da palavra a quatro conselheiros favoráveis e quatro contrários às contas, mas muitos tentaram intervir fora da ordem. O regimento é claro: só pode falar com autorização do orador. Isso não foi respeitado”, afirmou o presidente.
Abertura de processo e denúncias
O conselheiro Paulo Roberto Bastos Pedro, membro do CORI e conselheiro do clube, protocolou um pedido de abertura de processo de impeachment contra a gestão atual, citando irregularidades nas contas e ausência de documentos solicitados pelos órgãos de fiscalização. Entre os pontos citados, a não publicação das contas no portal, e a recusa em entregar pastas ao Conselho Fiscal.

“O relatório que apresentamos não é baseado em narrativas, mas em fatos concretos. Solicitamos documentos que nunca foram entregues, e isso compromete a transparência. Um exemplo é o contrato com uma empresa contratada pelo presidente, que já foi exposto parcialmente pela imprensa, mas cuja execução ainda apresenta inconsistências. É nosso dever questionar”, afirmou Paulo Pedro.
Além disso, ele ainda reforçou que o pedido não trata diretamente de impeachment, mas sim da abertura para um processo de de apuração.
“Queremos apenas que os fatos sejam apurados com seriedade, dentro do rito previsto.”
Legado e fortalecimento do Conselho
No início da entrevista, Romeu falou que independente do que for resolvido, para ele, o que importava era sobre o legado que seria deixado para as próximas gestões. Questionado posteriormente sobre esse ‘legado‘ em sua gestão, ele destacou que o principal avanço é a consolidação do estatuto e da independência do Conselho.
“Hoje, todos sabem que o Conselho existe, que tem voz e que atua. Antes, éramos vistos como um apêndice da diretoria. Agora mostramos que existimos, que vamos mudar o estatuto, eu não tô’ preocupado com o que vão lembrar, estou querendo que saibam quehá fiscalização real, responsabilidade e autonomia. O legado que a gente quer é de constância para construir um Corinthians mais evoluido e mais popular do que nunca.”, afirmou.
Tuma também anunciou uma reformulação na fonte de dados e registros do Conselho, com atualização das sessões, votações e deliberações.
. “Nosso compromisso é com a transparência. O corintiano precisa saber que há órgãos independentes dentro do clube. Não é tudo culpa da diretoria, nem tudo é responsabilidade do Conselho — mas os poderes são distintos, e isso precisa ficar claro”, concluiu.
Ao finalizar, ele agradeceu a presença da imprensa e terminou dizendo.
“SAF nunca!”
No fim da coletiva, o presidente da Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, que também estava presente na entrevista falou ao público.
“Nós apoiamos o Augusto na última eleição e estávamos apoiando até pouco tempo atrás, hoje queremos transparência. Não queremos frequentar a piscina, bocha, ou qualquer área social. Hoje queremos que os torcedores possam votar. E não, não queremos SAF.”