Trump ameaça punir Califórnia por atleta trans em competição

Em mais uma declaração polêmica, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a intenção de aplicar sanções severas contra o estado da Califórnia. A medida foi motivada pela participação de uma atleta transgênero em uma competição de atletismo feminino, fato que, segundo Trump, viola as normas esportivas e compromete a justiça nas disputas femininas.

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Em uma publicação feita na madrugada de terça-feira (3) em sua rede social, Trump afirmou:

“Um homem biológico competiu nas finais femininas da Califórnia e venceu diversas provas, mesmo após meu alerta para que isso não acontecesse.”

O presidente ainda reforçou que o governador Gavin Newsom “sabe perfeitamente” que haverá multas pesadas caso essa política continue sendo adotada no estado.

A polêmica envolve A. B. Hernandez, uma estudante de 16 anos do ensino médio, cuja participação no campeonato reacendeu o debate nacional sobre a inclusão de atletas trans em competições escolares. Desde 2013, a Califórnia mantém uma lei estadual que permite a participação de alunos transgêneros em competições esportivas de acordo com o gênero com o qual se identificam.

Na prova de salto em altura, a atleta alcançou a marca de 1,70 metro em sua primeira tentativa, empatando com outras duas competidoras. Segundo as novas diretrizes da Federação Interescolar da Califórnia (CIF), as três dividiram o primeiro lugar no pódio.

Federação muda regras após críticas de Trump

A Federação Interescolar da Califórnia (CIF) anunciou novas diretrizes para os esportes escolares do estado após fortes críticas do ex-presidente Donald Trump sobre a participação de atletas transgêneros em competições femininas no ensino médio.

Conforme as novas normas, sempre que uma atleta trans se classificar para a final de um torneio, será aberta uma vaga extra para uma competidora cisgênero, a fim de manter o equilíbrio na disputa. Se uma atleta trans conquistar posição no pódio, serão entregues duas medalhas: uma para ela e outra para a atleta cisgênero que se classificar logo atrás.

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O governador Gavin Newsom apoiou a medida, classificando-a como uma tentativa de equilibrar inclusão e justiça esportiva. Por outro lado, grupos conservadores reagiram com críticas, afirmando que a mudança ignora diferenças biológicas entre os sexos e ameaça a equidade nas disputas femininas.

A nova política também atraiu a atenção do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que abriu uma investigação oficial para apurar se há violação ao Título IX — legislação federal que proíbe discriminação de gênero em instituições educacionais financiadas com recursos públicos. O inquérito busca entender se as decisões adotadas no estado comprometem a igualdade de oportunidades no ambiente escolar.

Durante a campanha presidencial de 2024, Trump reforçou sua oposição à presença de atletas trans em campeonatos femininos. Já em seu novo mandato, voltou a prometer o fim de programas de diversidade e reafirmou reconhecer apenas “dois gêneros: masculino e feminino“.

Uma de suas primeiras ações como presidente foi assinar uma ordem executiva que orienta o Departamento de Justiça a fiscalizar a proibição da participação de meninas e mulheres trans em eventos esportivos destinados ao público feminino, bem como o uso de vestiários femininos por essas atletas. Escolas que não cumprirem a diretriz poderão perder o financiamento federal.

Além disso, o novo governo determinou a suspensão do uso de verbas federais e de apoio público para iniciativas associadas à chamada “ideologia de gênero“. Com a mudança, documentos oficiais, como passaportes, passam a reconhecer apenas os gêneros masculino e feminino, o que impacta diretamente a população transgênero. A decisão é vista como um retrocesso frente às políticas adotadas durante o governo Joe Biden, que havia implementado o marcador de gênero X nos passaportes americanos, voltado a pessoas não binárias e intersexo.


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