Mesmo diante da humilhante derrota por 10 a 0 para o Bayern de Munique, um dos grandes destaques da estreia do Auckland City na Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025 foi o goleiro Conor Tracey. Aos 28 anos, ele divide a carreira nos gramados com a função de estoquista e operador de empilhadeira, e foi responsável por sete defesas que impediram um placar ainda mais elástico no TQL Stadium, em Cincinnati, neste domingo (15).
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Tracey, que falhou em um dos gols ao errar um passe e deixar Musiala livre para marcar, ainda assim se destacou por seis defesas dentro da área. A atuação garantiu um mínimo de dignidade a uma equipe formada por jogadores amadores, que se classificaram ao torneio após vencerem a Liga dos Campeões da Oceania.
“Somos um time amador. Meus colegas são pintores, professores, trabalhadores de depósito ou corretores imobiliários” contou o meio-campista Gerard Garriga, que também atua como treinador na academia do clube.
Ele ainda completa:
“Tive que fazer uma combinação de férias anuais com licença sem remuneração. Sofri um pouco com aluguel, contas e essas coisas, mas valeu muito a pena”, relata Tracey.

Entre os jogadores que dividiram o campo com os craques do Bayern, estão:
- Adam Mitchell (zagueiro) – corretor de imóveis
- Mario Ilich (meia) – representante de vendas da Coca-Cola
- Christian Gray (zagueiro) – professor em formação
- Ryan De Vries (atacante) – polidor de carros
- Jerson Lagos (atacante) – barbeiro
- Sebastián Ciganda (goleiro) – limpador de piscinas
A expectativa entre os jogadores do Auckland antes da partida era modesta: “Ficaríamos felizes se perdêssemos por apenas 2 a 0”, revelou Garriga, em entrevista ao Bild, da Alemanha. Alguns atletas, inclusive, precisaram sacrificar férias remuneradas para poder disputar a competição.
Mesmo com a avalanche bávara, a garra dos neozelandeses foi evidente. Contra estrelas como Müller, Olise, Coman e Musiala, o elenco amador demonstrou amor pelo futebol, mesmo sem estrutura ou preparo profissional.