O New York Knicks anunciou, nesta segunda-feira (3), a demissão do técnico Tom Thibodeau após cinco temporadas no comando da equipe. A decisão, que surpreendeu parte da imprensa e da torcida, foi confirmada pelo presidente da franquia, Leon Rose, e marca o fim de uma era em que os Knicks voltaram a figurar entre as forças da Conferência Leste da NBA.
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Tom Thibodeau, de 67 anos, assumiu os Knicks em 2020 com a missão de reestruturar uma equipe em crise técnica e administrativa. Em sua primeira temporada, conduziu o time a uma improvável campanha de 41 vitórias, garantindo a primeira classificação aos playoffs desde 2013 e sendo eleito o Técnico do Ano da NBA pela segunda vez na carreira — a primeira havia sido em 2011, pelos Bulls.
“Sou grato pela oportunidade que tive de treinar o New York Knicks”, disse Tom Thibodeau em comunicado divulgado por seu agente. “Sinto orgulho do que construímos juntos. A cultura, o comprometimento dos atletas e o apoio da torcida tornaram esses anos muito especiais.”
Durante sua gestão, Thibodeau estabeleceu uma filosofia centrada na defesa, disciplina tática e intensidade nos treinos e jogos. Essa mentalidade rendeu frutos: os Knicks alcançaram os playoffs em quatro das cinco temporadas sob seu comando, com destaque para a última, em que a equipe terminou a temporada regular com 51 vitórias — seu melhor desempenho em mais de duas décadas.
“Agradecemos a Tom por tudo que ele representou nestes últimos anos. Foi essencial para nossa reconstrução. Mas entendemos que era hora de seguir em outra direção”, afirmou Leon Rose, presidente da franquia. “Acreditamos que, com o talento atual do elenco, precisamos de uma nova liderança que nos leve além.”
A decisão da diretoria chega após a eliminação para o Indiana Pacers nas finais da Conferência Leste, uma série em que os Knicks foram superados por 4 a 2. Apesar do bom desempenho na temporada regular, a pressão por um título, que não vem desde 1973, pesou.

Fontes internas relataram ao “The Athletic” que James Dolan, proprietário da franquia, já sinalizava insatisfação nos bastidores, especialmente após as críticas recebidas pela condução física dos atletas. Thibodeau foi frequentemente criticado por utilizar excessivamente seus principais jogadores e não administrar bem a rotação.
“Ignorância”, disse Josh Hart, ala dos Knicks, ao ser questionado sobre essas críticas. “Ele exige muito, mas é porque acredita no que fazemos. Nunca estive tão em forma na minha vida como estive com o Thibs.”
Thibodeau deixa os Knicks com um retrospecto de 219 vitórias e 181 derrotas, além de quatro aparições nos playoffs e uma final de conferência — a primeira do time desde o ano 2000. Ele também foi responsável por consolidar uma base competitiva em torno de nomes como Jalen Brunson, Josh Hart, OG Anunoby, Mikal Bridges e Karl-Anthony Towns.
Agora, os Knicks iniciam a busca por um novo técnico, e nomes como Mike Budenholzer, Kenny Atkinson e Becky Hammon já circulam nos bastidores da liga como possíveis candidatos. A expectativa é que a decisão seja tomada antes do draft, marcado para o fim de junho.

A demissão de Thibodeau evidencia o nível de exigência na NBA atual, onde nem mesmo técnicos bem-sucedidos estão imunes à pressão por conquistas imediatas. Sua saída ocorre mesmo após consolidar o melhor momento da franquia nova-iorquina em duas décadas.
“Treinar em Nova York é como caminhar sob holofotes o tempo todo. É um desafio diário, mas também um privilégio”, declarou Thibodeau na entrevista coletiva final. “Desejo sucesso ao grupo e a quem vier. Eles estão prontos para coisas grandes.”