Em uma noite que ficará marcada na memória da torcida tricolor, o Fluminense venceu o Vasco por 2 a 1 no clássico carioca disputado no Maracanã, pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro. A vitória de virada, comandada por Renato Gaúcho, teve brilho individual, consistência coletiva e uma leitura de jogo que ratifica o bom momento do time sob a nova direção técnica.
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Apesar de sair atrás no placar, o Fluminense mostrou maturidade, equilíbrio emocional e domínio tático, características que têm sido fortalecidas desde a chegada de Renato. O técnico, que retornou ao clube com a missão de manter o Flu competitivo em todas as frentes, não escondeu a satisfação com o desempenho da equipe:
“Foi uma vitória brilhante, não só pelo resultado, mas pela forma como a equipe se comportou em campo. Tivemos entrega, atitude e futebol.”
A virada começa no vestiário
O Vasco saiu na frente com gol de João Victor ainda no primeiro tempo, mas a reação do Fluminense foi imediata e eficaz. O empate veio antes do intervalo, num lance infeliz para o lado cruzmaltino: Vegetti marcou contra. O gol de empate teve efeito anímico para o Tricolor, que voltou do intervalo com mais intensidade e variações ofensivas.
Renato revelou que, no vestiário, conversou com os jogadores sobre a importância de manter a confiança no modelo de jogo, mesmo com algumas peças poupadas:
“Mudamos alguns nomes em relação ao último jogo, mas mantivemos o estilo. Isso é fruto de um grupo que entende o que faz dentro de campo”
Guga: da lateral à glória
O gol da virada tricolor saiu dos pés de Guga, que protagonizou um dos lances mais bonitos da partida. Aos 42 minutos do segundo tempo, o lateral-direito tabelou com John Kennedy, cortou a marcação e, da entrada da área, mandou uma bomba no ângulo de Léo Jardim.

“Foi um golaço. Eu até brinquei com ele depois do jogo: ‘eu teria defendido aquela bola’”, disse Renato. Apesar da brincadeira, o técnico exaltou o desempenho de Guga, que foi sólido na defesa e incisivo no apoio ao ataque.
Inteligência tática e leitura de jogo
Se a postura ofensiva encantou, a estratégia defensiva no fim da partida também mereceu aplausos. Ciente da força do Vasco nas bolas aéreas, Renato promoveu a entrada de Ignácio e reconfigurou a linha de defesa com Thiago Silva comandando uma linha de cinco defensores.
“Foi uma forma de proteger melhor a nossa área. Sabíamos que eles iriam jogar a bola lá em cima para o Vegetti”
Rodagem do elenco e foco no calendário
Outro ponto alto foi a manutenção do desempenho mesmo com jogadores poupados. Ganso, por exemplo, começou no banco. Renato explicou:

“Ele estava muito dolorido depois do último jogo. Preferi poupá-lo. Nosso calendário é cruel”
O meio-campo com Martinelli, Lima e Gabriel Pires respondeu à altura, com bom controle de bola, marcação firme e presença ofensiva. A profundidade do elenco tem sido uma das principais armas do Flu.
Postura digna de clássico
Mais do que técnica ou tática, a vitória também foi marcada por uma postura comprometida e respeitosa ao clássico.
“O Fluminense jogou como se deve jogar um Fla-Flu, um Vasco e Flu: com intensidade, com honra à camisa e com inteligência”, destacou Renato.
Guga também comentou o episódio com o atacante Rayan, que havia provocado os tricolores:
“Vimos o que aconteceu, mas preferimos responder dentro de campo. Foi nossa resposta.”
A bola decisiva tinha que cair no pé de Guga. Curiosamente, o jogador marcado por responder a provocação de Rayan no primeiro tempo, acertou um lindo chute para vencer Léo Jardim e definir a vitória por 2 a 1. Também curiosamente, um dos jogadores que mais reclamava por falta de oportunidades com Fernando Diniz.
Gol simbólico para uma vitória merecida.
Resposta à provocação
O perfil oficial do Fluminense devolveu a provocação ao atacante Rayan, do Vasco, após a virada por 2 a 1. O rival, após o gol que abriu o placar, fez o sinal da letra “C” em direção à torcida em referência ao ano no qual o Tricolor jogou a terceira divisão nacional.
Como resposta, em publicação nas redes sociais, o Fluminense lembrou um episódio de 2024 em que o volante André procurou o nome de Rayan na camisa e o chamou de Valkmar – nome de seu pai que estampava a camisa em ação de Dia dos Pais.