PSG supera o Bayern com raça, brilho francês e vai à semifinal

Num duelo carregado de tensão, equilíbrio e reviravoltas, o Paris Saint-Germain venceu o Bayern de Munique por 2 a 0 neste sábado (5), no Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, e garantiu uma vaga na semifinal da Copa do Mundo de Clubes.

Os gols, marcados por Doué e Dembélé no segundo tempo, premiaram uma atuação madura do time do PSG — que mesmo com dois jogadores a menos nos minutos finais, mostrou controle, frieza e eficiência em momentos decisivos. A partida, no entanto, também ficou marcada por cenas fortes: a grave lesão de Jamal Musiala e o adeus de Thomas Müller ao futebol europeu em alto nível.

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Pressão intensa e equilíbrio tático

Como era de se esperar num confronto desse calibre, os primeiros 45 minutos foram uma verdadeira guerra tática. O Bayern apostou numa marcação alta, sufocando a saída de bola francesa com uma perseguição individual milimétrica. Tah, Upamecano, Laimer, Kimmich e Coman formaram uma engrenagem implacável para dificultar a construção do PSG. Donnarumma, por sua vez, foi um gigante, com pelo menos duas grandes defesas que impediram o gol alemão ainda na etapa inicial.

Do outro lado, o time de Luis Enrique demorou a encontrar soluções. Mas quando achou, foi cirúrgico: explorou bem as investidas de Barcola sobre Stanisic e, com boas inversões de Pacho e Kvaratskhelia, abriu espaços importantes. Apesar de um primeiro tempo sem gols, o nível técnico do jogo foi altíssimo.

Lesão chocante e reação emocional

A grande mancha da partida aconteceu nos acréscimos do primeiro tempo. Musiala, que vinha sendo um dos melhores em campo, sofreu uma torção grave no tornozelo esquerdo em dividida com Donnarumma. O camisa 10 do Bayern saiu de maca, com evidente dor, e o clima no estádio ficou pesado. O goleiro italiano, visivelmente abalado, foi vaiado a cada toque na bola no segundo tempo.

Gnabry entrou no intervalo para substituir o jovem alemão. Já Donnarumma teve que lidar não só com a pressão adversária, mas com o peso emocional do lance. O PSG, por sua vez, se reestruturou melhor mentalmente após a pausa.

PSG letal na reta final

Mesmo com o Bayern retomando o controle das ações nos primeiros 20 minutos do segundo tempo, o PSG soube se defender e esperar o momento certo para dar o bote. Aos 28, após falha de Neuer em saída de bola, Dembélé quase abriu o placar. Foi o prenúncio do que viria logo depois.

Aos 32, João Neves desarmou Kane no meio-campo, armou o contra-ataque, e Doué finalizou com maestria da entrada da área para vencer Neuer. Quatro minutos depois, Pacho foi expulso por entrada violenta em Goretzka. A situação pioraria ainda mais para os franceses quando Lucas Hernández recebeu o vermelho direto por cotovelada em Guerreiro.

Com dois a menos, o PSG parecia fadado a apenas se segurar. Mas foi além. Em um contra-ataque mortal, Hakimi fez fila pela direita e serviu Dembélé, que marcou o segundo gol aos 51. Na comemoração, o francês prestou homenagem a Diogo Jota, atacante do Liverpool que faleceu recentemente em um acidente de carro. Dembélé imitou a tradicional comemoração do português com gesto de controle de videogame, num momento de emoção e respeito.

Bayern pressionou, mas faltou contundência

A equipe de Vincent Kompany teve bons momentos, especialmente na primeira metade do jogo. Kane, Musiala, Coman e Olise alternaram boas jogadas e exigiram muito de Donnarumma. Porém, faltou precisão nas finalizações e, principalmente, capacidade de decisão nos momentos-chave. Nem mesmo a entrada de Müller, Goretzka e Guerreiro na reta final foi suficiente para virar o panorama.

O Bayern ainda chegou a empatar com Kane de cabeça, mas o gol foi corretamente anulado por impedimento. No fim, a frustração alemã contrastava com a vibração francesa — mesmo com nove em campo.

Fim de uma era: Müller se despede

A partida também marcou a despedida de Thomas Müller do Bayern de Munique. Aos 35 anos, o meia-atacante encerra uma trajetória lendária pelo clube com 33 títulos e 757 partidas disputadas — um recorde. Um dos maiores ídolos da história do futebol alemão, Müller agora se despede dos gramados europeus de forma melancólica, mas com o respeito e reverência de todos os presentes no estádio.

E agora?

O PSG avança para a semifinal da Copa do Mundo de Clubes e espera o vencedor de Real Madrid x Borussia Dortmund. O confronto será na próxima quarta-feira. Do outro lado da chave, Fluminense e Chelsea duelam por uma vaga na grande final.

Em campo, o time de Luis Enrique mostrou que sabe sofrer, resistir e também matar o jogo quando a chance aparece. O Bayern, por outro lado, fica com o gosto amargo de ter jogado melhor em muitos momentos, mas falhado no que mais importa: balançar a rede.

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