No dia 29 de abril de 2024, Pedro Lourenço, empresário e fundador dos Supermercados BH, adquiriu os 90% da SAF do Cruzeiro que eram de Ronaldo Fenômeno, que após diversos protestos por parte da torcida cruzeirense, decidiu vender suas ações, como dito em entrevista nesse ano:
“Tive uma experiência muito dura com o Cruzeiro. Apesar de ter sido uma experiência curta e de maior sucesso administrativa da minha vida, tive um desgaste muito grande. Ainda estou me recuperando de todo o desgaste que eu sofri e o risco que eu corri. Um clube do tamanho do Cruzeiro, completamente falido, na Segunda Divisão, o meu CPF em jogo, cobrindo uma dívida de R$ 1,2 bilhão. Não tenho esse dinheiro, eu não tinha. Era um risco muito alto.”

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Inicio promissor e contratações milionárias
Com a entrada de Alexandre Mattos como CEO e promessas de “mudança de patamar”, Pedrinho investiu aproximadamente R$ 200 milhões em reforços, incluindo nomes como Cássio, Matheus Henrique, Walace e Kaio Jorge, além da contratação definitiva de Matheus Pereira, que já se destacava no time.
As expectativas estavam altas para o início da “nova era” do Cruzeiro sob o comando de Fernando Seabra. O time vinha apresentando bons resultados tanto na Sul-Americana quanto no Brasileirão, com um ótimo início de campanha no campeonato nacional e uma recuperação notável no torneio continental.
Fernando Seabra e a primeira polêmica
Em julho de 2024, um áudio vazado de Pedro Lourenço conturbou o clube e afetou a relação da diretoria com Fernando Seabra. No áudio, o dono do clube cobrava que os jogadores contratados durante a janela de transferências fossem escalados para a partida contra o Juventude, válida pelo Campeonato Brasileiro.
“Eu cheguei para o técnico (Fernando Seabra) e falei assim: ‘Ou você escala os jogadores que contratou ou você pode arrumando a sua mala aí que não passa desse jogo não’. Falei com ele que se não precisasse desses jogadores eu não teria contratado e ficaria só com os que estão aqui. Aí eu dei uma dura nele do caramba”
Com a relação estremecida e o peso de ter sido contratado pela gestão de Ronaldo, Fernando Seabra foi demitido em setembro, após uma queda de desempenho da equipe no Campeonato Brasileiro. Após sua saída, o treinador, que atualmente comanda o RB Bragantino, comentou sua demissão ao UOL:
“Esses caras têm que tomar decisões. Pode ter sido acertada, errada. O tempo é que vai dizer as coisas. Qualquer argumento que possamos falar, será especulativo. De uma forma geral, não esperava sair naquele momento. Mas entendo que eles me deram respaldo em muitos momentos que não entreguei resultado”
“Naquele momento especificamente, me pegou de surpresa, sim”.

Fernando Diniz e pressão
Após a saída de Seabra, Fernando Diniz assumiu o comando da Raposa com a esperança de conquistar a Copa Sul-Americana e recuperar o desempenho da equipe no Brasileirão. O treinador, um desejo pessoal de Pedrinho, havia deixado recentemente a Seleção Brasileira e vinha com prestígio após a conquista da Libertadores em 2023.
Todavia, Fernando Diniz não correspondeu às expectativas e acumulou resultados ruins no Campeonato Brasileiro. A classificação para a final da Sul-Americana, entretanto, trouxe um alívio e aumentou a expectativa por um título inédito.
Mas, ao contrário do que o torcedor imaginava, o Cruzeiro foi dominado pelo Racing-ARG e ficou com o vice-campeonato na competição. A final foi marcada por erros cruciais de contratações da gestão de Pedro Lourenço, como Cássio e Wallace. No Campeonato Brasileiro, a Raposa não conseguiu se classificar para a Libertadores, em grande parte devido aos resultados ruins da equipe na reta final da competição.

Respaldo ao treinador e contratações de peso
No fim da temporada de 2024, a permanência de Fernando Diniz era muito questionada pela torcida e por parte da diretoria do Cruzeiro. Entretanto, Pedro Lourenço deu respaldo ao treinador e afirmou que ele permaneceria até o fim de 2025.
Com Fernando Diniz no comando, Pedro Lourenço abriu os cofres do clube para trazer um “pacotão” de contratações midiáticas, com destaque para:
Gabigol: Chegou após o fim de seu contrato com o Flamengo. O jogador foi a principal contratação do clube, com um contrato de 4 anos e salários que chegam a R$ 2,4 milhões por mês.
Dudu: Revelado pelas categorias de base da Raposa, retornou após o término de seu contrato com o Palmeiras, com um contrato até 2027 e salário de R$ 1,7 milhão por mês. Atualmente, vive uma situação conturbada com o clube e está de saída.
Além de nomes como Bolasie, Christian, Fagner, Fabrício Bruno e Eduardo, o Cruzeiro gerava grandes expectativas para a temporada de 2025, com uma folha salarial mensal de R$ 20 milhões.

Chegada de Leonardo Jardim e incertezas para a temporada
Entretanto, a pré-temporada nos EUA, com dois amistosos, e o início do Campeonato Mineiro não convenceram o torcedor de que a equipe alcançaria grandes feitos na temporada. Os pedidos pela demissão de Fernando Diniz se intensificaram e culminaram com sua saída em janeiro, após resultados ruins no estadual.
Para substituí-lo, Leonardo Jardim chegou com a missão de impulsionar o futebol da Raposa. Com um início conturbado e a eliminação nas semifinais do Campeonato Mineiro, o foco do Cruzeiro se voltou para a Sul-Americana e o Brasileirão.
No Brasileirão, a equipe de Jardim vem apresentando uma campanha estável, figurando na parte de cima da tabela. Contudo, na Sul-Americana, a situação do Cruzeiro é preocupante até o momento, sem nenhum ponto somado e com derrotas questionáveis contra Mushuc Runa e Palestino, o que acendeu o sinal de alerta na Toca da Raposa.
Caso Dudu
A mais recente polêmica da gestão de Pedro Lourenço é sobre o futuro do jogador Dudu, que veio como promessa de ser um nome de peso e liderança para o elenco e que recebe um dos maiores salários do clube.
No jogo contra o Palestino Dudu declarou que se incomodava de ser reserva na maior parte dos jogos, como foi declarado após a partida: A mais recente polêmica da gestão de Pedro Lourenço gira em torno do futuro do jogador Dudu, que chegou com a promessa de ser um nome de peso e liderança para o elenco, além de receber um dos maiores salários do clube.
Após a partida contra o Palestino, Dudu declarou seu incômodo por ser reserva na maior parte dos jogos:
“Não me sinto bem. É ruim quando a gente é titular a vida toda e começa a reservar. Tem que se adaptar a esse estilo. No meu modo de ver, estava vindo numa sequência boa. Não sei por que o treinador optou por me tirar do time. A gente respeita a opinião. Não sei por que optou por me tirar do time. Opção é seguir trabalhando e tentar voltar ao time.”
Após essa declaração, o jogador foi o centro de mais uma polêmica, dessa vez dentro do vestiário após a derrota contra o Palestino. Dudu teria afirmado que só estava no clube para “cumprir seu contrato”.
No último sábado (26), Dudu foi afastado do elenco e treina separadamente. Questionado sobre a permanência do jogador, Pedro Lourenço respondeu aos torcedores presentes na partida contra o Vasco com um gesto com as mãos, indicando a saída do atleta.

E o futuro?
O futuro do Cruzeiro deve se concentrar nas metas estabelecidas pela diretoria no início do ano, com o objetivo de conquistar algum título, sendo a Sul-Americana o foco principal, além de buscar uma vaga para a Libertadores via Copa do Brasil ou pelo Brasileirão.
A tendência é que o clube realize novas contratações para elevar o nível do elenco e torná-lo mais competitivo para o segundo semestre.