O futebol feminino no Brasil tem crescido nos últimos tempos e isso refletiu em outras áreas fora das quatro linhas, como no aumento de mulheres procurando espaço nas áreas técnicas.
Atualmente, apenas um time da Série A1 do Campeonato Brasileiro Feminino tem uma mulher como treinadora: Rosana Augusto, treinadora do Palmeiras e ex-Flamengo. A equipe do Sport, que irá disputar a série A2 no próximo ano, tem Macarena Deichler no comando. Durante a temporada, Ferroviária, Flamengo e Grêmio também foram liderados por mulheres. Na seleção, Rilany Silva é quem comanda a equipe sub-17 e Camilla Orlando, ex-Palmeiras, agora comanda a sub-20.
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A maioria dos clubes brasileiros possuem pelo menos uma mulher em suas comissões de times femininos da elite. Isto, é uma obrigatoriedade para equipes que disputam a Conmebol Libertadores Feminina. Segundo registros da CBF Academy, os cursos oferecidos pela entidade têm recebido mais adesão de mulheres. Desde 2019, ano da Copa do Mundo, houve uma mudança no interesse feminino. Em 2021, um workshop gratuito teve a presença de mais de 400 mulheres.
“Precisamos de boas iniciativas que valorizem e abram um espaço para as mulheres dentro do futebol. Pra mim, são dois os caminhos, que o clube reconheça a competência e qualidade técnica das treinadoras e a confederação também nos ajude a encontrar um equilíbrio”, disse a treinadora Tatiele Silveira em entrevista ao ge.
Neste ano, 224 presenças femininas foram registradas no cursos da CBF até outubro.
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“Hoje, as mulheres saem atrás quando o assunto é futebol por conta da cultura machista que ainda temos no Brasil. Acho que o fato de não termos tantas treinadores é porque isso não é estimulado, nem a gostar do esporte. Talvez a gente entenda que não temos tanta abertura com os clubes”, explicou Rosana Augusto, treinadora do Palmeiras. Ela ainda completou, “estamos para poder quebrar esse paradigma. Acredito que já tenham coisas acontecendo, é um processo cultural que talvez demore um pouco. Precisamos mostrar para as pessoas que, independente do gênero, estamos preparadas.“
Camilla Orlando, treinadora de Seleção sub-20 contou sobre sua experiência comandando a equipe, “Fico feliz de ser essa continuidade de treinadoras mulheres na Seleção. Estou podendo usufruir desse momento e inspirar novas treinadoras. É realmente muito especial.”
A Fifa tem o objetivo de incluir mais mulheres no comando de equipes. Recentemente, um relatório apontou que apenas 22% dos times femininos contam com técnicas. No último estudo realizado, 86 ligas e 669 clubes foram analisados, aumentando o número do ano anterior, quando foram avaliados 34 campeonatos e 316 times. Para 2027, ano em que ocorrerá a próxima Copa do Mundo Feminina no Brasil, o objetivo da Fifa é estimular mais profissionais mulheres no futebol.









