A vitória do São Paulo por 2 a 1 sobre o Talleres, pela Conmebol Libertadores, foi ofuscada por uma grave acusação de xenofobia. O lateral venezuelano Miguel Navarro, do clube argentino, afirmou ter sido chamado de “venezuelano morto de fome” pelo volante paraguaio Damián Bobadilla, do time brasileiro.
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O incidente ocorreu logo após o gol da vitória do São Paulo. Navarro relatou que, ao solicitar agilidade ao árbitro para reiniciar o jogo, Bobadilla respondeu com a ofensa xenofóbica. Visivelmente abalado, o jogador ameaçou deixar o campo, mas permaneceu em solidariedade aos companheiros, já que o Talleres não tinha mais substituições disponíveis.
Após a partida, Navarro expressou sua indignação nas redes sociais, destacando que “no futebol não há espaço para discursos de ódio” e prometeu levar o caso “até as últimas consequências”. Ele também lamentou a situação em seu país, dizendo: “Quisera eu poder ter nas minhas mãos a solução para a fome que vive meu país”.
A Polícia Militar tentou localizar Bobadilla no vestiário do Morumbis para que ele prestasse depoimento ao Juizado Especial Criminal (Jecrim) do estádio, mas o jogador já havia deixado o local. O São Paulo informou que Bobadilla comparecerá à Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE) nesta quarta-feira para prestar esclarecimentos. 
O Club Atlético Talleres emitiu uma nota oficial repudiando veementemente o ato de xenofobia e expressando total apoio a Navarro. A instituição enfatizou que “não há lugar para o ódio no futebol” e que continuará trabalhando para que valores de integração, respeito e união prevaleçam dentro e fora de campo.