O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou um pedido para afastar Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A decisão mantém o dirigente à frente da entidade, mesmo após uma série de questionamentos sobre a legalidade de sua eleição e sua gestão administrativa.
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A controvérsia teve início em dezembro de 2023, quando o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou o afastamento de Rodrigues, acatando uma ação movida pelo Ministério Público que apontava irregularidades nas eleições da CBF realizadas em 2017. Na ocasião, a Justiça fluminense entendeu que o processo eleitoral violava normas estatutárias e determinou a realização de novas eleições.

No entanto, em janeiro de 2025, Gilmar Mendes suspendeu os efeitos da decisão do TJ-RJ, autorizando o retorno imediato de Ednaldo Rodrigues ao comando da CBF. Agora, o ministro reforça sua posição ao rejeitar um novo pedido de afastamento, consolidando a permanência do dirigente no cargo.
A atuação de Gilmar Mendes nesse caso gerou críticas e levantou suspeitas de conflito de interesses, especialmente após vir à tona um contrato entre o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) — fundado pelo próprio ministro — e a CBF Academy Brasil. Pelo acordo, o IDP passou a administrar os cursos da CBF Academy, recebendo 84% da receita prevista de R$ 9,2 milhões em 2023, enquanto a CBF ficava com os 16% restantes.
Apesar das controvérsias, Ednaldo Rodrigues foi reeleito por aclamação em abril de 2025, com apoio unânime das 27 federações estaduais e dos 40 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Seu novo mandato terá início em março de 2026 e seguirá até março de 2030.
A decisão de Gilmar Mendes confirma a estabilidade de Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF, mesmo em meio a tensões jurídicas e críticas sobre a transparência e a governança da entidade máxima do futebol brasileiro.