Final Intercontinental ganha clima de decisão histórica entre Flamengo e PSG

A decisão da Copa Intercontinental entre Flamengo e Paris Saint-Germain, marcada para quarta-feira, às 14h, no Estádio Ahmad bin Ali, em Doha, ganhou enorme repercussão internacional nos últimos dias. As declarações de Luis Enrique, a reação da imprensa francesa, o discurso confiante dos jogadores rubro-negros e a leitura cautelosa de Filipe Luís ajudam a dimensionar o tamanho do confronto entre o campeão da Libertadores e o atual campeão da Champions League.

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Luis Enrique exalta o Flamengo e projeta confronto equilibrado

Após a vitória do PSG por 3 a 2 sobre o Metz, pela Ligue 1, Luis Enrique tratou a final como um dos maiores desafios da temporada. O treinador espanhol afirmou que o Flamengo é “uma das melhores equipes do mundo” e destacou a evolução do futebol sul-americano em relação aos clubes europeus.

Segundo ele, o atual formato da Copa Intercontinental apresenta um cenário diferente do antigo Mundial de Clubes, quando a superioridade europeia era mais evidente. Luis Enrique lembrou sua experiência em 2015, quando comandou o Barcelona campeão mundial, e afirmou que agora a diferença técnica é menor, o que aumenta o grau de dificuldade e também a motivação do PSG.

O técnico ressaltou ainda que já conhece bem o Flamengo, equipe que enfrentou no Mundial de Clubes disputado no meio do ano, e elogiou a qualidade técnica, a organização coletiva e a experiência do elenco rubro-negro em jogos decisivos.

Imprensa francesa trata Flamengo como “pior cenário” para o PSG

A vitória do Flamengo sobre o Pyramids por 2 a 0, que garantiu o título da Copa Challenger e a vaga na final, repercutiu fortemente na França. Portais como So Foot classificaram o resultado como o “pior cenário possível” para o PSG, descrevendo o Flamengo como um gigante sul-americano, experiente e competitivo.

Veículos como RMC Sport, L’Équipe e Foot Mercato destacaram a eficiência rubro-negra nas bolas paradas, fator decisivo contra o Pyramids, além da solidez defensiva e da capacidade de controlar o jogo mesmo sem posse absoluta. A mídia francesa também lembrou que Luis Enrique havia afirmado antes da semifinal que preferia enfrentar o Pyramids, e não o Flamengo, considerado um adversário mais qualificado e perigoso.

Bola parada decide e Flamengo domina semifinal

Dentro de campo, o Flamengo construiu a classificação com autoridade. Com 62 por cento de posse de bola e 13 finalizações, contra seis do adversário, a equipe de Filipe Luís controlou a partida diante do campeão africano.

O primeiro gol saiu aos 24 minutos do primeiro tempo, quando Arrascaeta cobrou escanteio e Léo Pereira cabeceou com precisão. No segundo tempo, novamente em jogada aérea, Arrascaeta cruzou e Danilo ampliou, livre na segunda trave. A atuação confirmou a força do Flamengo nas bolas paradas, fundamento amplamente trabalhado pela comissão técnica.

Pulgar e Jorginho deram sustentação ao meio-campo, com trocas rápidas de passes, enquanto Everton Cebolinha foi o principal escape pelos lados. O Pyramids tentou reagir com jogadas rápidas, mas parou na organização defensiva rubro-negra e em boas intervenções de Rossi.

Jogadores do Flamengo pregam confiança e respeito

Após a classificação, o discurso dos jogadores do Flamengo foi marcado por confiança e realismo. Varela destacou que finais são decididas em 90 minutos e que tudo é possível, apesar do favoritismo europeu. Para o lateral, o fato de o PSG preferir enfrentar o Pyramids reforça o respeito conquistado pelo Flamengo no cenário internacional.

Danilo, autor de um dos gols da semifinal, reconheceu a diferença de intensidade entre o futebol europeu e o brasileiro, mas ressaltou que os elogios de Luis Enrique representam um reconhecimento ao trabalho feito no clube. Para o zagueiro, o PSG é favorito, mas o Flamengo tem condições de competir e fazer um jogo de alto nível.

Carrascal também demonstrou entusiasmo, afirmando que o elenco vive um momento positivo, com energia alta e confiança para encarar um dos maiores desafios da temporada.

Filipe Luís trata PSG como melhor do mundo, mas mira jogo perfeito

Na entrevista coletiva, Filipe Luís foi enfático ao classificar o PSG como o melhor time do mundo na atualidade, destacando o título da Champions League e a força do trabalho de Luis Enrique. Mesmo assim, o treinador deixou claro que o Flamengo vai à final com ambição e a intenção de fazer história.

Segundo Filipe, a única forma de vencer um adversário desse nível é realizando um jogo perfeito, com organização defensiva, eficiência ofensiva e capacidade de sofrer quando necessário. Ele valorizou a campanha da equipe na temporada, lembrando que o elenco chega à 76ª partida do ano, mantendo alto nível de competitividade e fome por títulos.

Experiência recente contra europeus pesa no discurso rubro-negro

O Flamengo enfrentará um clube europeu pela terceira vez na temporada. No Mundial de Clubes disputado nos Estados Unidos, venceu o Chelsea por 3 a 1 na fase de grupos, mas acabou eliminado pelo Bayern de Munique nas oitavas de final. Para Filipe Luís, cada um desses jogos trouxe aprendizado importante, principalmente em relação à intensidade e ao ritmo do futebol europeu.

O treinador destacou que o contexto agora é diferente, com clima, gramado e preparação específicos no Catar, e acredita que a equipe está mais madura para enfrentar esse tipo de desafio.

PSG poupa titulares e chega focado na decisão

Enquanto o Flamengo se preparava no Catar, o PSG cumpriu seu último compromisso antes da final pelo Campeonato Francês. Na vitória sobre o Metz, Luis Enrique poupou a maioria dos titulares, utilizando apenas três jogadores considerados principais, estratégia vista como natural às vésperas de uma decisão internacional.

A delegação francesa retorna a Paris antes de embarcar para Doha, com previsão de cerca de seis horas de voo. Filipe Luís minimizou qualquer possível vantagem física do Flamengo, afirmando que não há desculpas e que os dois times entrarão em campo com força máxima.

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Final coloca frente a frente dois projetos consolidados

A decisão da Copa Intercontinental simboliza o encontro de dois modelos distintos e vencedores. De um lado, o PSG, atual campeão da Champions League, com elenco jovem, intenso e orientado por um dos treinadores mais vitoriosos do futebol mundial. Do outro, o Flamengo, campeão da Libertadores, com um grupo experiente, organizado e acostumado a grandes decisões.

O título vale mais do que um troféu. Para o PSG, representa a chance de reafirmar sua força global. Para o Flamengo, é a oportunidade de escrever um capítulo histórico e desafiar a lógica do favoritismo europeu.

A bola rola na quarta-feira, às 14h, em Doha, em um duelo que já mobiliza torcedores, imprensa e protagonistas antes mesmo do apito inicial.

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