A Tailândia deu mais um passo decisivo para entrar no calendário da Fórmula 1. Nesta terça-feira (17), o gabinete do governo aprovou oficialmente uma proposta de US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 6,6 bilhões) para sediar uma corrida da categoria a partir de 2028. A intenção é firmar um contrato de cinco anos, até 2032, e realizar a prova em um circuito de rua em Bangkok, capital do país.
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Segundo o porta-voz do governo, Jirayu Houngsub, o objetivo é trazer ao país uma competição de classe mundial inédita:
“Nos próximos dois ou três anos, a Tailândia vai receber uma competição de classe mundial, o que nunca pensamos que poderia realmente acontecer.”
O plano é atrair investimentos privados para financiar a construção e manutenção do circuito, com os recursos públicos funcionando como suporte de garantia. A corrida é vista como uma forma de impulsionar o turismo, gerar empregos e ampliar a visibilidade internacional da Tailândia.
A movimentação para viabilizar o projeto ganhou força desde março, quando a primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra se reuniu com o CEO da Fórmula 1, Stefano Domenicali, em encontro que definiu a proposta de um circuito de rua e o início das provas para 2028. Domenicali classificou os planos tailandeses como “impressionantes”.
Em abril, o piloto da Williams, Alexander Albon, que representa a Tailândia na F1, encontrou a primeira-ministra antes do GP do Japão. Segundo ele, os desenhos apresentados do projeto tailandês são animadores.

“Fiquei impressionado com os esboços e com a ambição do projeto. É algo grandioso para o país,” disse Albon.
Embora o circuito provisório esteja previsto para ser construído em Chatuchak, uma movimentada região de Bangkok, a Tailândia já possui uma estrutura homologada para F1: o Circuito Internacional de Buriram, com certificado nível 1 da FIA. Atualmente, Buriram recebe uma etapa da MotoGP e pertence à Liberty Media, mesma proprietária da Fórmula 1.

Ainda assim, o governo tailandês optou por construir um novo traçado urbano, reforçando o modelo de sucesso recente de provas como Miami, Las Vegas e Singapura.
O desafio da FIA e da Fórmula 1 será ajustar o já apertado calendário, que em 2025 contará com 24 etapas — um recorde desde a temporada passada. A entrada de novas pistas pode significar a remoção ou redução da presença de circuitos tradicionais, como Spa-Francorchamps, que tem contrato até 2031, mas ainda não está confirmado para as temporadas de 2028 e 2030.
Além da Tailândia, outros países disputam uma vaga no grid da Fórmula 1 nos próximos anos. Ruanda, por exemplo, oficializou a candidatura para receber uma etapa em Kigali. A África do Sul também deseja retornar ao calendário com o circuito de Kyalami e já abriu processo de licitação.

Com um plano ambicioso, apoio político e estrutura promissora, a Tailândia se coloca como forte candidata para ingressar no seleto grupo de sedes da Fórmula 1, em um momento em que a categoria busca ampliar sua presença global e alcançar novos mercados.
Próxima etapa
A Fórmula 1 retorna entre os dias 27 e 29 de junho, com o GP da Áustria, 11ª etapa do campeonato, no tradicional circuito de Spielberg.