A União das Associações Europeias de Futebol (UEFA) rejeitou, nesta sexta-feira (6) o apelo apresentado por John Textor e seus sócios, investidores do Crystal Palace, contra a acusação de violação das regras de multipropriedade. Com a decisão, o clube inglês corre sério risco de ser excluído da próxima edição da Liga Europa, para a qual se classificou ao conquistar a Copa da Inglaterra (FA Cup).
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A entidade europeia entende que a atual configuração acionária do Crystal Palace fere os regulamentos que impedem que um mesmo grupo ou indivíduo exerça influência significativa sobre dois ou mais clubes envolvidos em suas competições. Textor, acionista majoritário do Lyon, da França, também detém 45% do Crystal Palace. Ambos os clubes garantiram vaga na Liga Europa. Já David Blitzer, outro sócio do clube inglês, possui participação no Brøndby, da Dinamarca, que disputará a Liga Conferência.
Em uma tentativa de contornar a situação, os investidores ofereceram transferir suas ações para fundos cegos — estratégia que já foi aceita pela UEFA em casos semelhantes —, mas o pedido foi negado por ter sido protocolado após o prazo regulamentar de 1º de março.
Com a rejeição, o Crystal Palace pode perder a vaga europeia para o Lyon, que terminou a Ligue 1 na sexta colocação, melhor posicionado do que o clube inglês, que ficou em 12º lugar na Premier League. Como a participação de Blitzer também interfere na Liga Conferência, o Palace não pode ser remanejado para essa competição.

O empresário John Textor anunciou que pretende vender sua parte no clube inglês, mas, segundo o jornal britânico The Guardian, uma eventual negociação não seria concluída a tempo de reverter a situação antes do sorteio da fase preliminar da Liga Europa, marcado para o dia 17 de junho.
Caso a exclusão do Crystal Palace se confirme, clubes como Brighton e Nottingham Forest, que terminaram logo atrás na Premier League, poderão ser beneficiados com vagas nas competições europeias da próxima temporada.
A decisão da UEFA evidencia o rigor da entidade no cumprimento de seus estatutos e reacende o debate sobre os limites da multipropriedade no futebol europeu, tema cada vez mais presente na estrutura de clubes globais.