Após o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o presidente interino Fernando Sarney convocou novas eleições para o cargo máximo da entidade.
O pleito está marcado para o dia 25 de maio, um domingo, véspera da apresentação oficial do novo técnico da Seleção Brasileira, o italiano Carlo Ancelotti, prevista para o dia 26. O edital da eleição será publicado neste sábado (17), e o prazo para registro das chapas vai até o dia 20.
As eleições serão compostas pelas 27 federações estaduais — cada uma com peso 3 nos votos —, pelos 20 clubes da Série A do Brasileirão (peso 2) e pelos 20 clubes da Série B (peso 1).
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Quem pode assumir a entidade
Antes da publicação oficial do edital, um grupo formado por 19 federações estaduais divulgou um manifesto em que cobra renovação e mudanças estruturais na CBF. Confira a íntegra do documento:
“MANIFESTO PELA ESTABILIDADE, RENOVAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO. 15 DE MAIO DE 2025.
O futebol brasileiro vive um momento decisivo. É urgente enfrentar desafios estruturais que há anos limitam o potencial do nosso futebol. Precisamos de um calendário equilibrado, arbitragem profissionalizada, gramados de qualidade, segurança nos estádios e competições fortalecidas.
Para que isso aconteça, é fundamental garantir estabilidade institucional à CBF. Precisamos virar a atual página de judicialização e instabilidade que há mais de uma década compromete o bom funcionamento da entidade e o avanço do futebol brasileiro. É também momento de resgatar a autonomia interna da CBF, hoje sufocada por uma estrutura excessivamente centralizada e desconectada das instâncias que compõem o ecossistema do futebol nacional.
Além da estabilidade, o cenário exige uma renovação de ideias, de práticas e de lideranças, bem como a profissionalização definitiva das estruturas de gestão. A CBF precisa ser exemplo de governança, eficiência e transparência — e também precisa voltar a ser a casa de todos que constroem o futebol brasileiro, com um ambiente saudável, inspirador e descentralizado, em que cada um possa contribuir ativamente para a melhoria do esporte que constitui verdadeiro patrimônio nacional.
Unidos com esse propósito, assumimos o compromisso de construir uma candidatura à Presidência e Vice-Presidências da CBF comprometida com um novo ciclo para o futebol brasileiro: mais democrático, mais integrado e mais aberto à participação de todos. Queremos uma CBF forte, querida por dentro, admirada por fora — e novamente amada por todos que fazem do futebol a alma do nosso país.”
As federações de São Paulo, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, Tocantins, Amapá e Mato Grosso não assinaram o manifesto, o que indica possível alinhamento dessas entidades com outra chapa na disputa eleitoral.
Além do documento divulgado, rumores nos bastidores apontam que Samir Xaud, presidente eleito da Federação Roraimense de Futebol (FRF), deve ser o nome apoiado pelas federações signatárias do manifesto. Samir é filho de Zeca Xaud, que comandou a FRF por 40 anos, e deve assumir o posto de forma efetiva, a menos que opte por concorrer à presidência da CBF.
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Outro nome que ganha força é o de Reinaldo Carneiro Bastos, atual presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), que articula nos bastidores a possível formação de uma chapa para disputar o pleito marcado para o dia 25.
Enquanto isso, Ednaldo Rodrigues, afastado da presidência, ainda tenta retornar ao cargo. Ele apresentou um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a anulação da decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que o removeu da função. No entanto, o julgamento do recurso está previsto apenas para o dia 28 de maio, três dias após as eleições. O relator do processo é o ministro Gilmar Mendes.