Augusto Melo é indiciado por caso Vai de Bet e coletiva de imprensa é marcada no CT do clube

O presidente do Corinthians, Augusto Melo, foi indiciado por lavagem de dinheiro, associação criminosa e furto qualificado, segundo conclusão da investigação divulgada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (22). Além dele, os dirigentes já afastados Sérgio Moura, Alex Cassundé e Marcelo Mariano também foram indiciados — sendo Cassundé apontado como o principal intermediador entre a casa de apostas Vai de Bet e o clube.

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Outro nome citado é o do advogado Yun Ki Lee, que pode ser incluído formalmente no inquérito nos próximos dias. Ele entrou com uma ação de habilitação nos autos, e a Polícia Civil aguarda a análise da Justiça antes de concluir sobre seu envolvimento no caso. O caso irá para o Ministério Público de São Paulo (MPSP), onde será realizada uma avaliação para denunciar formalmente os acusados, além do Ministério Público, o Grupo de Atenção Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) também investiga a situação e deve fazer os indiciados responderem na esfera criminal.

Abaixo, segue um resumo de cada indiciado no caso Vai de Bet:

Augusto Melo – Presidente do Corinthians, foi indiciado por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. Apontado como um dos responsáveis pelos desvios de recursos do contrato de patrocínio máster com a Vai de Bet além de ter alegado que não conhecia Sandro Manager, um dos verdadeiros intermediários da Vai de Bet, mas foi desmentido em um registro fotográfico dos dois em um hotel.

Marcelo Mariano – Ex-diretor administrativo e considerado o braço direito de Augusto Melo, autorizou dois pagamentos de R$ 700 mil à Rede Social Media Design Ltda, pela suposta intermediação do contrato com a VaideBet. O dinheiro seguiu um caminho suspeito: passou pela Rede Social e foi transferido para as empresas de fachada Newoay Soluções Integradas e Wave Intermediações e Tecnologias Ltda, até chegar à UJ Football Talent.

Alex Cassundé – Dono da Rede Social Media Design Ltda, foi indiciado por suposta participação no esquema criminoso. Embora tenha recebido os repasses, a Polícia Civil não o reconhece como o verdadeiro intermediário do contrato, mas sim como peça usada pela cúpula do clube para desviar recursos.

Sérgio Moura – Ex-superintendente de marketing do clube, é apontado como o elo entre Cassundé e Augusto Melo, tendo apresentado o empresário ao presidente.

Rede Social Media Design LtdaA empresa recebeu dois pagamentos de R$700 mil do Corinthians, sob o pretexto de intermediação com a Vai de Bet. Em seguida, repassou os valores a empresas de fachada antes de o dinheiro chegar à UJ Football Talent, investigada por lavagem de dinheiro e supostos vínculos com o Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa.

A investigação teve início após a descoberta de repasses do Corinthians à empresa Rede Social Media Design LTDA, que por sua vez transferiu os valores a uma empresa de fachada. Essa empresa, segundo os investigadores, desviou o dinheiro para a UJ Football Talent, entidade apontada em delação premiada como braço do Primeiro Comando da Capital (PCC) no futebol.

O Portal Ponto360 realizou uma matéria especial detalhando as movimentações financeiras, o envolvimento das empresas e o suposto esquema de lavagem de dinheiro na intermediação do contrato entre o Corinthians e a Vai de Bet.

O indiciamento de Augusto Melo aprofunda a crítica situação política no Parque São Jorge. O processo de impeachment do presidente será votado no Conselho Deliberativo na próxima segunda-feira (26). Caso o parecer seja favorável à destituição, o processo segue para votação entre os sócios do clube, podendo resultar na saída definitiva de Augusto Melo da presidência.

O presidente do Corinthians pode ser enquadrado no artigo 106 do estatuto do Corinthians onde:

Art. 106 São motivos para requerer a destituição dos administradores (Presidente da Diretoria ou de seus Vice-Presidentes):

a) ter ele praticado crime infamante, com trânsito em julgado da sentença condenatória;

b) ter ele acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians;

c) não terem sido aprovadas as contas da sua gestão;

d) ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária.

e) prática de ato de gestão irregular ou temerária.

Parágrafo único: O administrador que tenha praticado ato de gestão irregular ou temerária será imediatamente afastado, após decisão da Assembleia Geral, e ficará inelegível pelo período de dez anos.

Além disso, segundo rumores nos bastidores do Parque São Jorge, seis diretores do Corinthians estariam dispostos a renunciar aos seus cargos caso o presidente Augusto Melo não deixe a presidência. Diante da situação, o advogado Dr. Ricardo Cury, que representa o presidente, e o próprio Augusto Melo concederão uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (23), às 15h, no CT Joaquim Grava.

Em meio aos desdobramentos e repercussão na imprensa, Augusto Melo emitiu uma nota oficial, reafirmando sua posição e confirmando a realização da coletiva:

“A defesa do presidente Augusto Melo recebeu com incredulidade e indignação o relatório final do inquérito, divulgado na noite desta quarta-feira (22), e informa que fará suas considerações oficiais assim que concluir a análise integral do documento. Reitera-se a convicção de que o presidente Augusto Melo não possui qualquer envolvimento com eventuais irregularidades relacionadas ao caso. O presidente foi o responsável por viabilizar o maior contrato de patrocínio máster do futebol sul-americano, tendo recebido a proposta, encaminhado aos departamentos competentes e firmado o contrato com a aprovação de todos os setores envolvidos. Esse foi o único papel desempenhado por ele no processo. O advogado Dr. Ricardo Cury e o presidente Augusto Melo concederão entrevista coletiva nesta sexta-feira (23), às 15h, no CT Dr. Joaquim Grava.”

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