Apesar de alcançar números históricos de arrecadação em 2024, o Atlético-MG viu sua dívida líquida voltar a crescer no último exercício. O balanço financeiro divulgado pelo clube nesta sexta-feira (16) revelou uma receita bruta recorde de R$ 674 milhões, resultado que representa um salto de 46% em relação a 2023. No entanto, o passivo também avançou, passando de R$ 1,150 bilhão para R$ 1,369 bilhão.
O crescimento das receitas foi impulsionado principalmente por direitos de transmissão e premiações (R$ 248 milhões), além da arrecadação com bilheteria e sócio-torcedor (R$ 113 milhões). Outros pilares foram as receitas comerciais (R$ 71 milhões) e os ganhos gerados pela Arena MRV, que somaram R$ 60 milhões considerando camarotes, cadeiras cativas, naming rights, além de eventos e serviços em dias de jogos.
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Em meio aos altos e baixos financeiros dos últimos anos, 2024 marcou a primeira vez em que o clube apresentou superávit operacional, com saldo positivo de R$ 2 milhões. Antes disso, a gestão acumulava déficits sucessivos, sendo o mais grave em 2020, com prejuízo de R$ 97 milhões.
A venda de atletas também teve papel importante na receita total. O clube arrecadou R$ 183 milhões com transferências, incluindo a negociação do atacante Paulinho para o Palmeiras, realizada no fim do ano.
Mesmo com o avanço na receita e o início de uma virada operacional, o endividamento segue como um dos maiores desafios do Galo. A dívida onerosa, embora tenha sido reduzida em R$ 38 milhões (de R$ 953 milhões para R$ 915 milhões), ainda representa um fardo significativo: R$ 507 milhões estão atrelados a empréstimos bancários, enquanto R$ 408 milhões se referem à Arena MRV.
O cenário reforça o esforço do clube em equilibrar as contas, apostando na força da nova arena, no desempenho esportivo e na valorização de ativos como atletas e patrimônio comercial. Ainda assim, a dívida bilionária mantém o alerta ligado e exige uma gestão cautelosa para os próximos anos.