Promotor denuncia Andrés Sanchez e diretor financeiro por uso indevido do cartão corporativo do Corinthians

O promotor de Justiça, Cássio Conserino, concedeu, nesta terça-feira (15), uma coletiva de imprensa para detalhar as denúncias apresentadas contra o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sánchez, e o ex-diretor administrativo Roberto Gaviolli. Ambos são acusados de apropriação indébita agravada e continuada, falsidade de documento tributário e lavagem de dinheiro.

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De acordo com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), as investigações apontam que o cartão corporativo do clube foi utilizado como se fosse pessoal, com despesas particulares registradas ao longo do período em que os denunciados exerciam funções no Corinthians. O clube é considerado vítima no processo.

O Ministério Público (MP) calculou que o montante desviado, com correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e juros de 1% ao mês, chega a aproximadamente R$ 480 mil. Além disso, o MP solicita indenização por danos morais de R$ 360 mil, valor equivalente a 75% do prejuízo atualizado.

O promotor confirmou que Andrés Sánchez devolveu R$ 15 mil, quantia que, corrigida, chega a R$ 33.693,00. No entanto, Conserino ressaltou que o ressarcimento não elimina a responsabilidade criminal, já que foi feito anos depois e de forma não voluntária.

Novas oitivas e desdobramentos

Durante a coletiva, Cássio Conserino revelou que o Ministério Público (MP) está respondendo a pedidos de habeas corpus, entre eles, um apresentado pelo ex-presidente Duílio Monteiro Alves.

O promotor informou ainda que, no dia 23 de outubro, será ouvido Denilson Grillo, motorista ligado à antiga gestão, e que serão analisadas as faturas dos cartões corporativos utilizados nesse período.

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Segundo ele, uma intervenção judicial no Corinthians só ocorreria mediante comprovação de crimes e irregularidades administrativas, decisão que caberia à Promotoria Cível.

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Afastamentos após a coletiva

Poucas horas após a entrevista coletiva, o ex-presidente Andrés Sánchez solicitou afastamento temporário do Conselho Deliberativo do Corinthians. A decisão foi comunicada oficialmente ao clube e ocorre em meio ao avanço das investigações sobre o uso indevido do cartão corporativo durante sua gestão.

Vale lembrar que, por não ocupar atualmente nenhum cargo executivo no Corinthians, o afastamento de Andrés Sánchez só poderia ocorrer mediante um pedido voluntário do próprio ou por meio de um processo interno do Conselho Deliberativo, com protocolos formais e votações entre os conselheiros.

a diretoria alvinegra determinou o afastamento do superintendente financeiro Roberto Gaviolli, também citado nas denúncias e investigado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

O Corinthians informou que colabora integralmente com o Ministério Público e reforçou que é considerado vítima no processo. Internamente, a direção entende que as medidas de afastamento têm como objetivo preservar a imagem e a estabilidade institucional do clube até a conclusão das apurações.

Origem das denúncias

O caso teve início após denúncias feitas pelo perfil @prmalaoficial na plataforma X (antigo Twitter), em parceria com os perfis @MACEDO88FUTSHOW e @RenanBonhsack, além de outras fontes ligadas a torcedores e conselheiros do clube.m de reportagens jornalísticas que ampliaram a repercussão do tema. A apuração revelou gastos considerados incompatíveis com as funções administrativas, levantando suspeitas de desvio de finalidade dos recursos públicos

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