Começou! Depois de meses de espera, especulações e uma transição discreta nos bastidores, Carlo Ancelotti finalmente vestiu o agasalho da Seleção Brasileira e comandou seu primeiro treino à frente do time canarinho. A atividade aconteceu nesta segunda-feira (2), no CT Joaquim Grava, em São Paulo, e marcou o início oficial da trajetória do técnico italiano na beira do gramado com a camisa verde e amarela.
Ainda sem todos os convocados à disposição, Ancelotti deu os primeiros passos em meio a um grupo reduzido e uma atmosfera de expectativa. Dos 25 jogadores chamados para a Data Fifa, apenas 18 foram a campo. A ausência mais justificada foi a dos três atletas que disputaram a final da Liga dos Campeões no último sábado: os zagueiros Marquinhos e Beraldo, campeões com o Paris Saint-Germain, e o lateral-esquerdo Carlos Augusto, da Inter de Milão. Os três devem se juntar à delegação ainda nesta segunda-feira.
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Além deles, outros cinco nomes foram poupados das atividades em campo: Estêvão, do Palmeiras, e Léo Ortiz, Danilo, Alex Sandro e Gerson, todos do Flamengo, que estiveram em ação no domingo pelos seus clubes. Eles permaneceram na parte interna do CT realizando trabalho regenerativo.
Para suprir as ausências e manter a intensidade do treino da Seleção, Ancelotti contou com a ajuda de jovens promessas do Corinthians, clube que cedeu o centro de treinamento para a Seleção. Foram chamados o zagueiro Gama, os laterais Denner e Gustavo, além dos meias Dieguinho e Luiz Gustavo Bahia. Uma solução emergencial, mas que também mostra a aproximação simbólica do novo comando com o futebol brasileiro desde o primeiro momento.
Do hotel ao campo: o pontapé de um novo ciclo
Foto: Rafael Ribeiro / CBF
Antes de calçar a chuteira e ir a campo, Ancelotti já havia feito sua primeira movimentação como técnico do Brasil logo pela manhã. No hotel onde a Seleção está concentrada, o treinador reuniu os jogadores e membros da comissão técnica para uma apresentação mais formal um gesto que, além de marcar o início dos trabalhos, buscou alinhar ideias, estabelecer o tom e reforçar a responsabilidade de vestir a camisa da Seleção em um novo momento.
A expectativa em torno da estreia de Ancelotti é alta e compreensível. Um dos técnicos mais vitoriosos da história do futebol mundial, o italiano assume um Brasil que ocupa a quarta colocação nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, com 21 pontos, e precisa reencontrar seu protagonismo no cenário internacional. À frente da Seleção, Ancelotti terá pela frente o desafio de equilibrar a tradição brasileira com conceitos modernos de jogo, dar espaço à nova geração e, claro, vencer.
Primeiro desafio: Equador fora de casa
A primeira missão do novo comandante será fora de casa, contra o Equador, na próxima quinta-feira (5), às 20h (de Brasília), em Guayaquil. O adversário vive um bom momento nas Eliminatórias e ocupa a vice-liderança da tabela com 23 pontos. Será um teste de fogo logo de cara e com um desfalque importante: o atacante Raphinha, suspenso, está fora da partida.
Na sequência, a Seleção encara o Paraguai, na terça-feira (10), na Neo Química Arena, em São Paulo. Será o primeiro jogo de Ancelotti em solo brasileiro, diante da torcida, e também a chance de ver como o time vai se comportar com a casa cheia.
Ancelotti em modo Brasil
O início do trabalho de Ancelotti é cercado por curiosidades e expectativas: como ele vai montar a equipe? Quem ganha espaço com ele? Qual será a cara da nova Seleção? No primeiro dia, pouca coisa foi revelada. A imprensa só pôde acompanhar o aquecimento. Depois disso, portões fechados e muito mistério à moda Ancelotti.
O que se sabe é que Ancelotti terá pouco tempo para trabalhar e muitos olhos atentos a cada decisão. Com um currículo que dispensa apresentações e um estilo sereno, mas firme, ele inicia um ciclo que promete reformulações, mas também exige resultados.
E se o primeiro treino não contou com elenco completo, torcida ou jogadas ensaiadas reveladas, teve, pelo menos, o que mais se esperava: Carlo Ancelotti, técnico do Brasil, oficialmente no comando.
