Na noite deste domingo, o Palmeiras estreou na Copa do Mundo de Clubes da Fifa com um empate por 0 a 0 diante do Porto, em Nova Jersey, nos Estados Unidos. Embora o placar tenha permanecido inalterado, a partida teve como grande destaque o goleiro Cláudio Ramos, do time português, que salvou a equipe de sofrer pelo menos quatro gols claros e garantiu o ponto para os europeus. Após o jogo, o técnico Abel Ferreira não escondeu a frustração com o resultado, mas exaltou o desempenho do Verdão.
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“Acho que foi um jogo equilibrado onde as melhores oportunidades foram nossas”, disse Abel.
“O futebol é mágico. O titular deles, que é excelente, se lesionou, e quem entrou foi o melhor em campo. Fez quatro ou cinco defesas absurdas.”
Cláudio Ramos substituiu Diogo Costa, que sofreu uma lesão às vésperas do jogo. O reserva, no entanto, brilhou como protagonista, frustrando finalizações de Estêvão, Richard Ríos e Piquerez ao longo dos 90 minutos.
“Faltou apenas o gol”
Durante a entrevista coletiva após a partida, Abel Ferreira reforçou a sensação de que sua equipe merecia um resultado melhor. Segundo ele, o Palmeiras foi superior em todos os aspectos, exceto no mais importante: o gol.
“Posso dizer que fomos bem superiores ao Porto. Pressionamos a saída deles, criamos chances claras. Estêvão teve duas oportunidades, uma passou perto, a outra o goleiro tirou quase na linha. O futebol é assim: ganha quem marca.”
Apesar do empate, o treinador fez questão de valorizar o esforço de seus comandados e deixou claro que a postura do time foi a esperada.
“Nos faltou só fazer o gol, o resto esteve tudo lá. A equipe competiu, correu, se doou. Orgulho do que entregamos em campo.”
Com o resultado, o Grupo A permanece completamente empatado, já que Inter Miami e Al Ahly também ficaram no 0 a 0, no sábado. Agora, o Verdão se prepara para enfrentar o time egípcio na próxima quinta-feira (20), às 13h (de Brasília).
Gramado seco, estádio grande e maioria palmeirense
Outro tema abordado por Abel foi o público no estádio. Segundo o treinador, o estádio grande pode ter dado a impressão de arquibancadas vazias, mas o apoio foi expressivo.
“O estádio é muito grande. Tinha 46 mil pessoas, o que é ótimo. Talvez se tivessem fechado o terceiro anel, daria um efeito visual diferente. Mas, para mim, foi fantástico.”
O português também fez uma comparação populacional para explicar o apoio maciço da torcida alviverde.
“Portugal tem 11 milhões de habitantes. O Palmeiras tem 16 milhões de torcedores. O Brasil, 200 milhões. Claro que a maioria era nossa.”
Sobre o gramado, Abel contou que a grama seca dificultou no início, mas a chuva ajudou a melhorar as condições e permitiu ao Palmeiras impor seu estilo de jogo.
Análise e ajustes para a sequência
Na análise do treinador, o time mostrou identidade tática, personalidade e organização, mas ainda precisa melhorar a eficiência ofensiva. Ele utilizou uma analogia para ilustrar a continuidade do trabalho:
“Treinar um time é como andar de bicicleta. Só não pode parar de pedalar. Tem dias que descemos, outros subimos. Às vezes fazemos três, quatro gols. Às vezes nenhum.”
Abel foi transparente ao admitir frustração pelo empate, mas mostrou confiança para o que vem pela frente. O português também destacou que o papel dos treinadores é apontar caminhos, mas as decisões pertencem aos jogadores em campo.
“Nós mostramos como pressionar, como jogar. Criamos um espírito interno forte, mas o jogo pertence aos jogadores. São eles que decidem quando chutar, driblar, passar. E os nossos jogadores são bons.”
Próxima missão: Al Ahly
O Palmeiras agora concentra suas atenções no confronto contra o Al Ahly, do Egito, pela segunda rodada da fase de grupos. Um resultado positivo será crucial para avançar às semifinais da competição.
“Agora é recuperar os atletas, analisar o que podemos melhorar e seguir. Seguimos pedalando”, finalizou Abel.
