O Bureau of Economic Analysis (BEA) reportou hoje contração anualizada de 0,3% do PIB norte-americano no primeiro trimestre, após expansão de 2,4% nos três meses anteriores. Apesar desse deslize, o Índice de Preços para Gastos de Consumo (PCE) subiu “apenas” 2,3% em março na comparação anual, o nível mais moderado desde o outono passado. Antes mesmo dos dados oficiais de abril, o relatório ADP indicou criação de 62.000 vagas no setor privado em abril, reforçando o cuidado das empresas diante da desaceleração.
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Enquanto isso, a Eurostat divulgou que o PIB da Zona do Euro avançou 0,4% no primeiro trimestre acima das expectativas sustentado por estoques e comércio intrabloco. No entanto, o indicador preliminar de inflação ao consumidor (HICP) se manteve em 2,2% anuais em abril, acima do teto de conforto do Banco Central Europeu (BCE) e pressionado por custos de energia e tarifas comerciais.
Brasil: Desemprego em queda, vagas formais “tímidas” e real em alta
O IBGE informou que a taxa de desocupação caiu para 7,0% no trimestre até março, menor nível histórico para o período, impulsionando o consumo interno. Mas o Ministério do Trabalho apontou que o CAGED de março ficará abaixo das expectativas, com detalhes revelados em coletiva às 10h em Brasília. No câmbio, a PTAX do Banco Central fechou ontem em torno de R$ 5,65 por dólar, refletindo o ingresso de capitais e otimismo fiscal, ainda que colocando em xeque a competitividade das exportações.

Já a Petrobras comunicou produção média de 2,77 MM boed no primeiro trimestre, queda marginal de 0,2% sobre igual intervalo de 2024, um dado que deve orientar o desempenho de suas ações ao longo do dia.
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O contraste entre a leve estagnação econômica observada nos Estados Unidos e a solidez persistente de seu mercado de trabalho evidencia o desafio central enfrentado pelo Banco Central Europeu: impulsionar a recuperação sem comprometer o controle inflacionário. No Brasil, embora a inédita redução da taxa de desemprego suscita otimismo, subsistem reservas quanto à criação de vagas formais e ao impacto da valorização do real, que, ao mesmo tempo em que beneficia o consumo interno, pode prejudicar a competitividade das exportações. Nesse ambiente de incertezas, a Petrobras assume papel de indicador chave do setor de energia, cujos resultados deverão orientar o sentimento dos investidores até o próximo ciclo de decisões dos bancos centrais.