O setor sucroenergético brasileiro inicia o ciclo da safra 2025/26 com expectativas mistas. Segundo o primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção estimada para o próximo ciclo é de 663,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, representando uma leve redução de 2% em relação à safra anterior.
Embora haja uma queda projetada na produtividade média dos canaviais, de 2,3%, o setor mantém otimismo diante das estratégias adotadas e do potencial de recuperação.
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As condições climáticas desfavoráveis, como a baixa pluviosidade e as altas temperaturas, principalmente no Sudeste, afetaram a produtividade regional, que está estimada em 77.573 kg/ha. No entanto, outras regiões, como o Centro-Oeste, apresentam crescimento na área cultivada e na produção, com previsão de aumento de 2,1% na produção para 148,4 milhões de toneladas.
No Nordeste e Norte, também há perspectivas positivas, com aumento da área plantada e da produtividade, contribuindo para um cenário mais equilibrado para a safra nacional.
Apesar da ligeira redução na produção total de cana, a expectativa é que a produção de açúcar alcance um recorde histórico de 45,9 milhões de toneladas, impulsionada pela maior atratividade do mercado internacional. Por outro lado, a produção de etanol deve registrar uma leve queda, estimada em 28,1 bilhões de litros, devido ao menor volume de ATR destinado aos biocombustíveis.
“Questões climáticas, como secas e chuvas excessivas, além de problemas de pragas e doenças afetam a produtividade da cana. A gestão dos recursos hídricos e a redução das emissões de gases de efeito estufa também são grandes desafios“, afirma Romário Alves, CEO da Sonhagro.
Para enfrentar os desafios do ciclo, as usinas brasileiras estão ajustando suas operações, priorizando a produção de açúcar em função dos preços favoráveis e ampliando a produção de etanol a partir do milho.