Haddad anuncia checagem no INSS após fraudes em descontos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo federal dará início a uma checagem minuciosa no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para identificar aposentados que tiveram descontos aplicados em seus benefícios sem autorização. A medida busca dimensionar o total do prejuízo causado por uma série de fraudes, que o próprio ministro classificou como um “escândalo que enojou o Brasil”.

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Segundo Haddad, a Controladoria-Geral da União (CGU) já bloqueou parte dos recursos das associações envolvidas nas irregularidades. Agora, o próximo passo é apurar o valor exato da fraude e garantir o ressarcimento dos lesados.

“Temos que saber exatamente o valor da fraude, e se os valores bloqueados das associações pagam esse prejuízo”, afirmou o ministro em entrevista ao UOL.

Ainda de acordo com o titular da Fazenda, cabe agora à Polícia Federal, conduzir as investigações e responsabilizar os envolvidos.

“O método para chegar nos responsáveis e recuperar o dinheiro não é mais de competência de um ministro. Inclusive, pode afetar o próprio governo”, destacou.

Haddad também reforçou que não há, até o momento, indícios de que os valores descontados estivessem sendo usados para financiar empréstimos consignados — modalidade que, segundo ele, “funciona há 20 anos com êxito” no sistema bancário. O ministro ressaltou, no entanto, que o governo segue atento a possíveis abusos cometidos por instituições financeiras, sobretudo em casos de assédio a beneficiários para adesão forçada ao crédito.

A fraude foi identificada pela CGU, liderada por Vinícius Marques de Carvalho, a quem Haddad chamou de “craque” pela atuação firme no bloqueio de recursos e na investigação. O ministro também manifestou expectativa de que os responsáveis sejam exemplarmente punidos:

“Acredito que essas pessoas vão ser presas e vão cumprir uma pena que, ao meu juízo, deveria ser exemplar”.

Entenda o caso

A fraude envolve o desconto indevido de valores nos contracheques de aposentados e pensionistas do INSS, supostamente em nome de associações e sindicatos. Muitos beneficiários afirmam não ter autorizado qualquer vínculo com essas entidades. A situação gerou uma onda de indignação e abriu um novo debate sobre a proteção dos dados e dos direitos dos aposentados.

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