Na quarta-feira (21), o mercado brasileiro passou por uma correção após bater três recordes em seis sessões e acompanhar o ritmo de aversão ao risco no exterior. Enquanto investidores realizavam os lucros acumulados, sinais de fragilidade fiscal nos Estados Unidos reacenderam o clima de cautela.
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O Ibovespa, principal indicador da B3, recuou 1,59%, encerrando o pregão aos 137.881,27 pontos, após oscilar entre 137.538,35 e 140.108,61 ao longo do dia. Esse movimento de ajuste sucedeu as altas históricas que levaram o índice a ultrapassar, pela primeira vez, a marca de 140 mil pontos na sessão anterior. A pressão vendedora se intensificou à medida que gestores buscavam materializar ganhos e incorporar aos preços a expectativa pela divulgação, nesta quinta-feira (22), do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas do Ministério da Fazenda — documento que servirá como termômetro das contas públicas no segundo semestre.
No câmbio, o dólar comercial fechou próximo a R$ 5,65, com valorização de 0,48% frente ao real. As cotações foram sustentadas pelo acirramento das discussões sobre o teto de gastos nos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, pressionadas pelo arrefecimento das projeções de alta de juros por parte dos principais bancos centrais. Com isso, os agentes adotaram uma postura defensiva, limitando apostas mais agressivas contra o real.
Em Nova York, o mau humor predominou: o S&P 500 caiu 1,61%, o Nasdaq recuou 1,41% e o Dow Jones perdeu 1,91%. O principal vetor de tensão foi o impasse no Congresso americano sobre o orçamento federal e o receio de uma paralisação parcial do governo. Essa incerteza reforçou o fluxo para ativos considerados mais seguros, elevando ainda mais os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) e impactando moedas emergentes, como o real.
Diante desse cenário, o foco dos investidores se volta agora para a publicação, nesta quinta-feira, do Relatório Bimestral do Ministério da Fazenda, disponível no portal oficial. No exterior, seguem no radar as reuniões dos comitês de política monetária e as negociações fiscais em Washington. Essas variáveis devem ditar o humor dos mercados financeiros e orientar a alocação de recursos nos próximos pregões.