Desemprego avança em 12 estados no início de 2025, aponta IBGE

O mercado de trabalho brasileiro começou 2025 com um alerta ligado. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego cresceu em 12 unidades da federação no primeiro trimestre do ano. A informação faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), que monitora o comportamento do emprego e da renda no país.

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 7% entre janeiro e março de 2025. O número representa um aumento de 0,8 ponto percentual em comparação com o último trimestre de 2024, quando o índice estava em 6,2%. No entanto, ainda é inferior ao mesmo período do ano passado, quando o desemprego estava em 7,9%. Apesar da elevação recente, trata-se da menor taxa já registrada para um primeiro trimestre desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012.

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Entre os estados que mais sentiram os efeitos da alta no desemprego estão Pernambuco (11,6%), Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%), todos localizados na região Nordeste. Na outra ponta do ranking, os menores índices foram observados em Santa Catarina (3,0%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%), confirmando um abismo entre regiões do país.

Em outras 15 unidades da federação, a taxa de desocupação permaneceu estável em relação ao último trimestre de 2024. Isso significa que, embora o índice nacional tenha subido, boa parte do país não apresentou variações significativas no período.

Outro ponto que chama atenção na pesquisa é a persistência das desigualdades no mercado de trabalho. A diferença entre homens e mulheres continua marcante: enquanto a taxa de desemprego entre os homens foi de 5,7%, entre as mulheres chegou a 8,7%, uma diferença de três pontos percentuais.

As disparidades também aparecem de forma expressiva quando o recorte é racial. A taxa de desocupação entre pessoas pretas foi de 8,4% e entre pardas, 8,0%, ambas acima da média nacional. Já entre pessoas brancas, o índice ficou em 5,6%, bem abaixo dos demais grupos.

A escolaridade também tem peso considerável na probabilidade de estar desempregado. A taxa entre pessoas com ensino médio incompleto atingiu 11,4%, enquanto quem possui nível superior incompleto enfrentou desemprego de 7,9%. Já entre aqueles com ensino superior completo, o índice foi o menor registrado: 3,9%.

Além do desemprego, a informalidade segue como um dos maiores desafios do mercado de trabalho brasileiro. De acordo com o IBGE, 38,9 milhões de pessoas trabalham de forma informal no país — o que representa 38% da população ocupada. Esse número inclui empregados sem carteira assinada, trabalhadores por conta própria sem CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares sem remuneração.

Os estados com maior taxa de informalidade foram Maranhão (58,4%), Pará (57,5%) e Piauí (54,6%), todos com mais da metade da força de trabalho em ocupações informais. Por outro lado, os menores índices foram registrados em Santa Catarina (25,3%), Distrito Federal (28,2%) e São Paulo (29,3%).

O crescimento da informalidade preocupa economistas porque representa menor acesso a direitos trabalhistas, aposentadoria, saúde e segurança no trabalho. Além disso, trabalhadores informais costumam ter rendas mais baixas e maior vulnerabilidade em períodos de crise.

Mesmo com o aumento no desemprego no começo do ano, o cenário não é totalmente negativo. O Brasil ainda mantém uma tendência de recuperação quando comparado ao mesmo período de 2024. O desafio, agora, é garantir que essa retomada seja mais equilibrada entre os estados, e que as desigualdades históricas de gênero, raça e escolaridade sejam enfrentadas com políticas públicas eficazes.

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