O Grupo Casas Bahia anunciou na última sexta-feira (6) um plano estratégico para reduzir sua dívida em R$ 1,57 bilhão, por meio da conversão antecipada de debêntures da segunda série da décima emissão em ações da companhia. A operação, que já conta com o apoio de 99,99% dos credores, visa fortalecer a estrutura de capital da empresa e possibilitar novos.
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Caso a totalidade das debêntures seja convertida, serão emitidas 328,9 milhões de novas ações, representando 77,58% do capital social da empresa. Com isso, a dívida da Casas Bahia, que somava R$ 4,55 bilhões no primeiro trimestre de 2025, será reduzida para R$ 2,98 bilhões. A alavancagem da companhia cairá de 1,6 vez para 0,8 vez, e a relação entre a dívida líquida e o capital total passará de 61,8% para 33,1%.
Além da conversão das debêntures, o plano inclui o reperfilamento da dívida da primeira série da emissão, no valor de R$ 1,67 bilhão. A proposta é adiar o pagamento de juros de novembro de 2026 para novembro de 2027 e modificar o cronograma de amortização. Essas medidas podem resultar em uma economia de R$ 230 milhões por ano em despesas financeiras e liberar cerca de R$ 400 milhões em fluxo de caixa nos próximos 24 meses.
O presidente da Casas Bahia, Renato Franklin, destacou que a diluição acionária decorrente da conversão das debêntures é um passo necessário para a saúde financeira da empresa. “É melhor ter uma participação menor de uma empresa que vai valer mais no futuro do que manter uma fatia maior de uma companhia travada pelo endividamento”, afirmou.
A antecipação da conversão das debêntures, inicialmente prevista para outubro, deverá ocorrer ainda neste mês de junho. O conselho de administração da empresa está previsto para votar o plano em 12 de junho. Com a aprovação, a companhia poderá utilizar parte dos recursos não aplicados no pagamento da dívida para operações estratégicas, como crescimento e aprimoramento de suas operações.
No mercado, a notícia foi bem recebida. As ações da Casas Bahia (BHIA3) dispararam 18% na sexta-feira, refletindo a confiança dos investidores na recuperação financeira da empresa. A redução da dívida e a melhoria na estrutura de capital devem proporcionar maior flexibilidade operacional e potencial de valorização das ações no longo prazo.