No município de Alfredo Chaves, no Sul do Espírito Santo, uma fruta típica do outono vem ganhando cada vez mais espaço nas lavouras e no bolso dos produtores rurais. O cultivo de caqui, antes visto como atividade complementar, hoje se consolida como uma fonte relevante de renda para muitas famílias do campo.
De acordo com dados do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a cidade se destaca com o melhor rendimento por hectare no estado, alcançando quase 26 toneladas por hectare. Só em uma propriedade, a produção chegou a 60 toneladas. No total, Alfredo Chaves colhe, em média, 180 toneladas de caqui por ano — um volume expressivo dentro da realidade capixaba, cuja safra totaliza 720 toneladas anuais.
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Fruta de oportunidade e sabor
O caqui encontrou nas terras de Alfredo Chaves condições ideais para se desenvolver. O clima, aliado à altitude da região, favorece tanto a qualidade quanto a produtividade. A colheita, feita apenas uma vez por ano, costuma ser estratégica: muitos agricultores apostam na fruta para gerar renda enquanto aguardam o ciclo de outras culturas.
Mas não basta plantar. Produzir um caqui de qualidade exige técnica. Desde o manejo correto até a colheita no ponto certo, cada etapa faz diferença. E quem acerta na produção ainda pode agregar valor com o polimento da fruta — um processo que torna o produto mais atraente no mercado e, consequentemente, mais lucrativo.
Nem tudo são flores (ou frutos)
Se por um lado a produção cresce, por outro os desafios também se impõem. A falta de mão de obra qualificada é hoje a maior dor de cabeça dos produtores. Sem pessoas preparadas para lidar com as exigências do cultivo, parte do potencial produtivo acaba comprometido.
De olho nesse cenário, a prefeitura de Alfredo Chaves articula parcerias com o Incaper e busca promover intercâmbios com outros estados. A ideia é levar mais conhecimento técnico ao campo e, assim, fortalecer ainda mais a cadeia produtiva do caqui no município.
Enquanto isso, nas lavouras capixabas, o caqui segue adoçando a vida — e o orçamento — de quem aposta no fruto como alternativa de crescimento e prosperidade.