Sérgio Vidal ganha sua primeira grande panorâmica e revisita sambas, subúrbio e boemia carioca

Nascido no bairro da Gamboa, no Rio de Janeiro, em 1945, Vidal inicia sua trajetória artística no ateliê do mestre Heitor dos Prazeres e vem desenvolvendo uma pintura marcada pelo cotidiano carioca, das oficinas mecânicas às rodas de samba, do subúrbio à boemia.

A mostra permite ao público acompanhar diferentes fases de sua produção, evidenciando influências e transformações ao longo das décadas: do painel de costumes urbanos à crítica social e à celebração da vida popular. No cenário de revalorização de artistas que retratam a experiência periférica e cultural do Rio, essa exposição representa o reconhecimento tardio porém contundente de uma carreira consistente.

Vidal conta que seu primeiro contato com a arte veio muito cedo, inspirado por Heitor dos Prazeres, mas só participaria de sua primeira mostra em 1972, um percurso que revela paciência, dedicação e foco no que ele chama de “histórias fartas da vida de quem está à margem”. Hoje, suas obras integram acervos importantes e circulam em mostras no Brasil e no exterior, o que torna este momento panorâmico ainda mais significativo para consolidar sua posição no cenário das artes visuais.

“Nas batucadas da vida” celebra não apenas o pintor, mas também o personagem-vivo de uma cidade que pulsa fora dos holofotes, o subúrbio, o samba, o botequim, o ofício, o lazer, a cumplicidade, tudo isso gravado com cores, traços e humor por Vidal. É uma poética urbana que ressoa hoje em tempos de maior atenção à pluralidade, à comunidade e à memória popular.

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