Mil faces de um homem leal: Marighella

Neste 4 de novembro de 2025, completam-se 56 anos do assassinato de Carlos Marighella, o homem que desafiou a ditadura militar e se tornou um dos maiores símbolos da resistência no Brasil. Poeta, político, guerrilheiro e sonhador, Marighella foi morto em uma emboscada montada pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), em São Paulo, em 1969, mas seu nome jamais foi silenciado.

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Nascido em Salvador, em 1911, filho de um operário e de uma imigrante italiana, Marighella cresceu em meio à pobreza e à injustiça social. Formado em engenharia, ingressou cedo nas fileiras do Partido Comunista Brasileiro (PCB), onde se destacou pela firmeza ideológica e pela defesa dos trabalhadores.

Após o golpe de 1964, foi cassado, perseguido e preso, mas nunca se rendeu. Rompeu com o PCB por discordar da estratégia pacífica e fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN), grupo que passou a defender a luta armada como forma de resistência ao regime militar.

Sua visão radical da liberdade o transformou em alvo prioritário da repressão. Mas Marighella não foi apenas o guerrilheiro dos relatórios oficiais — foi também o poeta que escreveu sobre amor e liberdade, o homem que acreditava em um Brasil mais justo, o intelectual que enxergava na educação e na consciência política o verdadeiro poder de transformação.

Seu “Mini Manual do Guerrilheiro Urbano” tornou-se referência mundial de resistência, mas sua maior herança foi o exemplo de dignidade e coragem.

Na noite de 4 de novembro de 1969, Marighella foi emboscado e executado a tiros na Alameda Casa Branca. Décadas depois, sua morte foi reconhecida como crime político, e seu nome, resgatado da sombra da repressão.

Hoje, sua história vive nas ruas, nas músicas, nos livros e nas vozes de quem não aceita o esquecimento. Mais do que uma lembrança, Marighella representa uma força que atravessa gerações.

Ele é o símbolo dos que lutaram e ainda lutam contra o autoritarismo. Sua vida foi feita de mil faces: a do combatente, do poeta, do sonhador e do homem leal a seu povo.

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