Com o falecimento do Papa Francisco em 21 de abril de 2025, a Igreja Católica se prepara para um dos eventos mais significativos de sua tradição: o conclave para eleger o novo pontífice. Este processo, envolto em rituais e simbolismos, é crucial para a Igreja. O Conclave de 2025, convocado para eleger o novo Papa terá início em 7 de maio na Capela Sistina, no Vaticano.
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Este será o maior conclave da história da Igreja Católica, com 135 cardeais eleitores com menos de 80 anos, muitos nomeados pelo próprio Papa Francisco. O processo seguirá as normas tradicionais: os cardeais permanecerão isolados, sem contato com o mundo exterior, e realizarão até quatro votações diárias, exigindo uma maioria de dois terços para eleger o novo pontífice.
Entre os possíveis candidatos estão cardeais de diversas regiões, incluindo Pietro Parolin (Itália), Luis Antonio Tagle (Filipinas), Peter Turkson (Gana) e Jean-Marc Aveline (França). O cardeal Kevin Farrell atuará como camerlengo, responsável pela administração da Santa Sé durante a sede vacante.
A eleição do novo Papa é aguardada com expectativa, pois definirá os rumos da Igreja Católica nos próximos anos.

O que é o Conclave?
O Conclave é a reunião secreta dos cardeais da Igreja Católica para eleger um novo Papa. Esse processo é convocado quando o cargo de Papa fica vago, seja pela morte ou renúncia do pontífice. O termo “conclave” vem do latim cum clave, que significa “com chave”, pois historicamente os cardeais eram trancados em um local até chegarem a uma decisão.
Como funciona o Conclave?
1. Quem participa?
- Apenas os cardeais com menos de 80 anos podem votar.
2. Onde acontece?
- O conclave é realizado na Capela Sistina, no Vaticano.
3. Como são as votações?
- O processo é extremamente formal e secreto.
- Cada cardeal escreve o nome do seu escolhido em uma cédula.
- Para ser eleito, um candidato precisa obter uma maioria qualificada de dois terços dos votos.
- Se ninguém for eleito, novas rodadas de votação ocorrem (geralmente quatro por dia: duas pela manhã e duas à tarde).
4. A fumaça da Capela Sistina:
- Após cada votação, as cédulas são queimadas.
- Fumaça preta (fumata nera) indica que não houve eleição.
- Fumaça branca (fumata bianca) anuncia que um novo Papa foi escolhido.
Regras especiais
- Durante o conclave, os cardeais ficam completamente isolados: sem celulares, sem internet, sem contato com o mundo externo.
- O ambiente é rigorosamente vigiado para impedir vazamentos de informações.
- O Papa eleito precisa aceitar formalmente o cargo e escolher um nome papal.
Um pouco de história
- O primeiro conclave formal, com cardeais trancados para acelerar a eleição, aconteceu em 1268–1271, após uma longa vacância papal em Viterbo, Itália.
- O conclave mais rápido da história durou apenas algumas horas.
- O mais longo moderno foi o que elegeu o Papa Gregório X, durando cerca de 3 anos (1268–1271).
Curiosidades
- Um cardeal não precisa ser eleito Papa para participar de um conclave; qualquer batizado homem católico pode, em teoria, ser eleito Papa, mas na prática, desde o século XV, só cardeais são escolhidos.
- O anel do Papa anterior é destruído após sua morte ou renúncia, simbolizando o fim de seu pontificado.
- O Papa eleito pode recusar o cargo (o que já aconteceu algumas vezes na história).

O Conclave de 2025
O próximo conclave está marcado para começar em 7 de maio de 2025, na Capela Sistina. Este será o maior conclave da história, com 135 cardeais eleitores, muitos dos quais foram nomeados pelo próprio Papa Francisco. A diversidade entre os eleitores é notável, com representantes de 71 países, refletindo a universalidade da Igreja Católica.
Entre os possíveis candidatos destacam-se:
- Cardeal Pietro Parolin (Itália): Secretário de Estado do Vaticano.
- Cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas): Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos.
- Cardeal Matteo Zuppi (Itália): Arcebispo de Bolonha, conhecido por seu trabalho em mediação de conflitos.
A escolha do novo Papa será determinante para os rumos da Igreja Católica, especialmente em temas como reformas internas, diálogo inter-religioso e questões sociais.
Brasil no Conclave
Com sete representantes entre os 135 eleitores, o Brasil terá uma presença expressiva no Conclave de 2025. Os cardeais brasileiros, vindos de diferentes regiões do país, refletem a diversidade e a força da Igreja Católica no Brasil, o maior país católico do mundo.
Entre os destaques estão o cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, e Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, ambos nomes de grande influência no cenário religioso nacional. Também participam João Braz de Aviz, com experiência na Cúria Romana, Sérgio da Rocha, primaz do Brasil, além dos mais recentes cardeais Leonardo Ulrich Steiner, Paulo Cezar Costa e Jaime Spengler.
Com experiências que vão da Amazônia até Brasília, os brasileiros poderão ter um papel decisivo nas discussões sobre o futuro da Igreja, especialmente em temas como justiça social, meio ambiente e diálogo inter-religioso — áreas que ganharam destaque durante o pontificado de Francisco.
A expectativa é que, mesmo que nenhum deles figure entre os favoritos para assumir o trono de Pedro, o grupo ajude a formar consensos importantes na escolha do novo líder católico.
Esses cardeais brasileiros trazem uma diversidade de perspectivas e experiências que refletem a riqueza da Igreja Católica no Brasil. Sua participação no conclave destaca a importância do país no cenário religioso global e a influência que podem exercer na escolha do próximo pontífice.

O que esperar?
A eleição de um novo Papa é sempre um momento de expectativa e esperança para os fiéis. Com a diversidade do Colégio de Cardeais e os desafios contemporâneos enfrentados pela Igreja, o próximo pontífice terá a missão de liderar com sabedoria e compaixão, guiando a Igreja Católica em um mundo em constante transformação.
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