Com aberturas em Nova York e Atenas, Adriana Varejão tem mostra em cartaz em Lisboa

A artista brasileira Adriana Varejão, uma das vozes mais potentes da arte contemporânea, consolida sua projeção internacional com três exposições de grande destaque. Depois de inaugurar mostras em Nova York e Atenas, a artista apresenta agora “Adriana Varejão: Suturas, Fissuras, Ruínas” no MAAT Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, em Lisboa.

Esses projetos simultâneos reforçam a relevância global da artista, cuja obra transita entre questões históricas, sociais e culturais. Varejão é reconhecida por tensionar fronteiras entre a história colonial, o corpo humano e a memória coletiva, com uma linguagem visual marcada pela materialidade e pela provocação estética.trabalhos, abrangendo mais de 30 anos da carreira da artista. Estão presentes algumas de suas séries mais emblemáticas, como as pinturas de azulejos feridos, as esculturas que remetem a peles expostas e as superfícies que aparentam ruínas ou fissuras.

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As obras revelam um estudo profundo sobre a violência simbólica da colonização e a formação identitária no Brasil e em outros territórios do sul global. Além disso, a exposição explora a relação entre arquitetura e corpo, investigando como espaços físicos e históricos também são sujeitos a cicatrizes e transformações.

A participação de Adriana em Nova York aconteceu na prestigiada Gagosian Gallery, com uma seleção de obras inéditas que atualizam seu diálogo com o Barroco e com as tradições pictóricas da arte ocidental. Essas novas peças trazem uma reflexão ainda mais densa sobre representação, teatralidade e encenação do corpo.

Em Atenas, a artista integrou um projeto especial que propôs novas leituras sobre a memória cultural a partir de um viés contemporâneo, reforçando a universalidade dos temas que atravessam sua obra. Em ambos os espaços, ela reafirmou a potência de seu discurso visual, conectando o passado colonial a questões atuais sobre identidade, trauma e resistência.

A exposição em Lisboa permanecerá em cartaz até outubro deste ano e é mais uma comprovação da força do trabalho de Adriana Varejão no cenário internacional. Com um olhar crítico e poético, a artista continua a tensionar as camadas históricas que moldam a cultura brasileira e global, tornando-se uma referência incontornável para quem busca entender os atravessamentos entre arte, política e memória.

Além de reafirmar sua posição como uma das artistas contemporâneas mais relevantes da atualidade, Varejão também evidencia a potência da arte latino-americana em espaços de reconhecimento global. Seu trabalho transcende fronteiras geográficas e temporais, construindo pontes entre o passado e o presente, e provocando debates urgentes sobre pertencimento, violência e identidade cultural.

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