O Aeroporto Santos Dumont, localizado no Centro do Rio de Janeiro, suspendeu completamente suas operações nesta terça-feira (30) após a identificação de óleo espalhado por toda a pista principal, segundo informações da Infraero. Até o momento, não há previsão oficial de retomada das atividades.
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O incidente ocorreu na noite de segunda-feira (29), quando um veículo de serviço que realizava inspeção espalhou óleo na pista. Diante do risco de derrapagens, todos os voos foram suspensos. A situação afetou não apenas o Santos Dumont, mas também outros aeroportos, incluindo Congonhas (SP), Viracopos (SP), Confins (MG) e Brasília (DF), que sentiram impactos com atrasos e cancelamentos de conexões.

A causa do incidente
Segundo a Infraero, o derramamento ocorreu durante manutenção preventiva realizada no período noturno, quando não há voos no aeroporto. O óleo se espalhou próximo à cabeceira da pista, ponto crítico para pousos e decolagens, tornando o aeroporto inoperante até que a pista estivesse completamente limpa e segura.
“Tão logo foi identificado o vazamento, a Infraero iniciou os trabalhos para a liberação da pista, com a remoção do veículo e a limpeza da área atingida, utilizando desengraxante biodegradável”, explicou o órgão.
Equipes de manutenção trabalharam durante toda a manhã em um mutirão de limpeza, varrendo e lavando vários trechos da pista. O Globocop registrou técnicos em ação, garantindo a remoção completa do produto.

A Infraero destacou ainda que a retomada dos voos depende da completa remoção do óleo, uma medida necessária para atender aos mais altos padrões de segurança. O Notam (aviso aos aeronavegantes) foi publicado, e demais informações sobre a liberação das operações ainda estão sendo apuradas.
Impacto nos voos e passageiros
Ao todo, 68 voos de chegada e 69 voos de partida foram cancelados, com alguns poucos desviados para o Aeroporto Internacional do Galeão. O terminal ficou lotado de passageiros durante toda a manhã, gerando grandes filas e incerteza sobre os horários de embarque.

Muitos viajantes relataram perdas de conexões e compromissos importantes. João Gabriel Soares, diretor de operações de uma operadora de telefonia, lamentou:
“A gente estava indo a uma reunião de trabalho em São Paulo, e esse voo atrasado vai complicar muito a nossa vida. Já estávamos com hotel pago, almoço marcado com fornecedor. Vamos perder muita coisa.”
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O engenheiro Bruno Pulier, que viajava para Congonhas no voo das 8h, disse:
“Chegaram a confirmar no telão, mas cancelaram. Não consegui embarcar. Vou trabalhar remoto no aeroporto, não tem muita opção.”
O aposentado José Welton, que dependia de conexão em São Paulo para ir a Minas Gerais, relatou:
“Vim saber que estava cancelado quando cheguei. Hoje está inviável viajar, não tem como. Vou ter que retornar para casa e aguardar a opção deles.”
Já a aposentada Diva Anastácia destacou o transtorno de permanecer dentro da aeronave:
“Já estava no avião e avisaram que na pista tinha derramado óleo. Deram previsão para 8h, depois para 10h… ficamos 1 hora e meia dentro do avião aguardando.”

Comunicação confusa no aeroporto
Durante a manhã, os alto-falantes informaram inicialmente que as operações retornariam às 14h e, posteriormente, às 17h, mas não houve confirmação oficial da Infraero. Painéis eletrônicos mostravam voos cancelados, atrasados e com embarques fechados, contribuindo para a confusão entre passageiros.
O aeroporto permaneceu lotado e com intensa movimentação, enquanto os viajantes aguardavam orientações. O transtorno se estendeu a passageiros de todas as idades, muitos deles dependentes de conexões ou compromissos profissionais e pessoais.
O episódio evidencia a fragilidade operacional diante de incidentes de manutenção, mesmo em aeroportos centrais como o Santos Dumont. O risco de derrapagem devido ao óleo obrigou a suspensão total das operações, afetando centenas de passageiros e diversos aeroportos no país. A Infraero reforçou seu compromisso com a segurança de passageiros e tripulações, destacando que apenas após a limpeza completa a pista será reaberta para voos.









