Um dia depois da morte do passageiro Lourivaldo Ferreira da Silva Nepomuceno, de 35 anos, na estação Campo Limpo, Linha 5-Lilás do metrô de São Paulo, a Via Mobilidade iniciou o processo de revisão de suas medidas de segurança.
LEIA TAMBÉM: Passageiro morre após ficar preso entre portas do metrô de SP
Por volta das 8h, Lourivaldo ficou preso entre as portas do trem e da plataforma da estação. Devido o horário de pico, as plataformas estavam lotadas. Em resposta ao incidente, a empresa responsável afirmou que irão reforçar os avisos sonoros e visuais, além de aumentar a quantidade de seguranças para orientar os passageiros.
Segundo a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô, as portas das plataformas da Linha 5-Lilás não têm sensores de segurança, que são projetados para detectar se alguém está preso entre as portas e impedir que o trem se mova. Foi por meio deste sistema, implementado na Linha 2-Verde, que a passageira que passou por um incidente parecido na estação Vila Prudente, em março, conseguiu ser retirada sem ferimentos pois o trem ficou parado.
Atualmente, 53 das 91 estações do Metrô de São Paulo contam com portas automáticas de plataforma, tecnologia adotada pela primeira vez no sistema da capital em 2010, na Linha 4-Amarela.
O engenheiro Moacyr Duarte, especialista em análise de risco e gerenciamento de emergências, afirma para o G1 que esse tipo de acidente deveria ser impossível de ocorrer nos principais metrôs do mundo, já que “o espaço entre a porta do trem e a porta de segurança não cabe uma pessoa”.
Duarte afirma que o projeto original das plataformas possui falha.
“Nos casos ocorridos aqui, as pessoas ficam presas num espaço existente entre as portas. Foi uma falha no estudo prévio para implantação. Quando você coloca um sistema desses, é necessário que exista a aplicação de uma série de técnicas e uma reunião de profissionais envolvidos para que seja feita essa análise dos riscos existentes.“
De acordo com a ViaMobilidade, o trem só se movimentou porque ambas as portas estavam fechadas e o sistema de sensores do vagão, que impede a movimentação do trem com portas abertas, não indicou falha. A concessionária também informou que vai intensificar campanhas para os passageiros respeitarem os alertas visuais e sonoros de fechamento das portas.
A investigação continua sob responsabilidade da Delegacia do Metropolitano.