Estava eu, nos meus devaneios, refletindo sobre pessoas, as coisas e o mundo, quando eu me deparei pensando, e discutindo com meus pensamentos (claro!), sobre os homens tímidos.
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Eu, que sou extrovertida em cada poro existente no meu corpinho de 1,80, sempre me senti incapaz de analisar esses seres que me pareciam de outro planeta, quase que intransponíveis, mas que também sempre me despertaram um interesse, mas um interesse distante, porque, confesso, tenho um pouco de preguiça de ter que escavar muito para descobrir alguém.
E eu costumo estar realmente certa quanto a essa dificuldade. Eu perco o interesse.
Mas, apesar de ter tanta experiência, e nem vou frisar os meus 50 anos, não sabia o que se escondia por trás daquela figura disfarçada de menino retraído que eu encontrei desavisadamente por aí, pela vida…
Bastou eu cair naqueles braços tímidos, em um momento delicioso de pés escorregando por uma pista de dança coberta de talco barato, e minhas ideias antigas e ultrapassadas sobre os exemplares da espécie misturaram-se ao pó do chão.
Ele estava lá, de bochechas vermelhas, alto, cabelo levemente alongado, com uma barba bem cortada e perfumada, uma roupa ligeiramente simples, mas com muito charme (muito) e em um dos poucos momentos em que estava com os seus olhos fixos nos meus, tomada pelos seus braços fortes, em um movimento bem orquestrado pela música pulsante, lancei:
– Por que você veio parar aqui, em uma aula de dança? Você é tímido, não é? Você veio para vencer a sua timidez?
E a resposta, tão rápida e direta como a pergunta, foi um simples:
– Sim…
E foram-se mais alguns minutos de silêncio. E fim de dança. Mas…
Dois encontros depois…
– Oi, tudo bem com você, lindo? Como passou a semana?
– Tudo bem e você?
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– Também bem.
– Vamos dançar, então? Lembre-se, quem conduz é o homem, quem está no comando agora sou eu!
Eu, que sei bem onde piso, apesar de ter que arrastar a pontinha do pé no chão com toda a leveza que uma fêmea de bolero deve ter para fazer um cruzado, não perdi tempo, me soltei nos braços dele, foram dois pra lá, dois pra cá…. e assim nos perdemos por muito tempo, em doidas e divertidas piruetas pelo salão… E fomos muito felizes naquele infinito particular de tempo. Diria o poeta: foi eterno (somente enquanto durou).
E eu te recomendo: VÁ DANÇAR e SEJA FELIZ.
Beijo da Linda para você, até a próxima.
Um comentário
Excelente reflexão!
Também vindo de alguém como a Cláudia, não seria de esperar algo diferente. Fantástico!.